Havia
(e ainda há) um conceito sensacional no livro Jogos Vorazes, que o primeiro
filme da saga não foi de todo bem-sucedido em transpor para o cinema.
Aquele clima, aquela atmosfera de perigo
constante, aliada a um ritmo eletrizante encontra um correspondente muito mais
perfeito no filme japonês "Batalha Real", que à época foi muito citado como uma
das influências da escritora Suzanne Collins.
De narrativa ágil para os padrões nipônicos, sua despojada, caótica e terrível junção de ultraviolência, armas e adolescentes foi uma válvula de escape perfeita para a acelerada e saturada geração do fim dos anos 1990, já acostumada aos videogames violentos que hoje imperam, ainda que boa parte de seus fãs e adoradores deixe passar despercebida a poderosa mensagem de distopia, sobre diferenciação e os dilemas atrozes do conflito que vem embutida em sua trama.
Num futuro caótico de excessiva incidência
juvenil, o governo encontra um meio brutal de conter
um possível levante da comunidade de estudantes: enviar a cada ano uma classe
de quarenta alunos para uma ilha onde só um sairá, depois que todos os outros
estiverem mortos.
Considerado um cult movie nos dias de hoje, "Batalha
Real", ou "Battle Royale" é dirigido com rigor desigual e talento irrestrito pelo experiente Kinji Fukasaku, realizador de inúmeros trabalhos de prestígio do cinema oriental, e tem um admirador de peso: Quentin Tarantino (você é
capaz de encontrar referências explícitas a este filme em Kill Bill e em Django
Livre).
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