domingo, 29 de maio de 2016

Sob O Poder da Maldade

Ecos de “O Gabinete do Doutor Caligari” pontuam esta trama onde o diretor Michael Reeves conduz o grande Boris Karloff num de seus últimos trabalhos.
Ele faz um velho hipnotizador que vive em um apertado apartamento suburbano na Londres da década de 1960 com a esposa (Catherine Lacey, sinistra). Sem muitas opções, ele oferece seus serviços no jornal do bairro para pagar as contas enquanto trabalha em um novo experimento: Dentro de uma sala cheia de eletrodos e luzes psicodélicas (anos 1960, sabe como é...) acoplada ao apartamento, que sabe Deus como foi parar lá (!), eles induzem um jovem esnobe, porém inocente (Ian Ogilvy) para que possam controlá-lo à distância, e assim experimentar sensações de adrenalina que a rotina sexagenária já não permite.
Contudo, sua velha esposa começa a deixar-se levar pela impunidade que a situação propicia e, através do jovem, passa a cometer crimes que vão evoluindo até se tornarem bárbaros assassinatos.
A inventividade da trama, da encenação do diretor e o talento dos envolvidos de um modo geral escondem bem o baixo orçamento da produção.
Há um ligeiro retrato da ‘swiming london’ do período, perceptível nos personagens mais jovens, mas essa provavelmente nem era a intenção da produção; o objetivo, aqui, era compor um conto de terror, nos moldes de Edgar Alan Poe, onde os recursos obcuros empregados pelo homem revelam, por vezes, sua aptidão maligna, e vão galgando em perversidade até culminar na amarga tragédia.

E isso, o competente Michael Reeves conseguiu.

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