Ecos de “O Gabinete do Doutor Caligari” pontuam
esta trama onde o diretor Michael Reeves conduz o grande Boris Karloff num de
seus últimos trabalhos.
Ele faz um velho hipnotizador que vive em um
apertado apartamento suburbano na Londres da década de 1960 com a esposa
(Catherine Lacey, sinistra). Sem muitas opções, ele oferece seus serviços no
jornal do bairro para pagar as contas enquanto trabalha em um novo experimento:
Dentro de uma sala cheia de eletrodos e luzes psicodélicas (anos 1960, sabe
como é...) acoplada ao apartamento, que sabe Deus como foi parar lá (!), eles
induzem um jovem esnobe, porém inocente (Ian Ogilvy) para que possam
controlá-lo à distância, e assim experimentar sensações de adrenalina que a
rotina sexagenária já não permite.
Contudo, sua velha esposa começa a deixar-se
levar pela impunidade que a situação propicia e, através do jovem, passa a
cometer crimes que vão evoluindo até se tornarem bárbaros assassinatos.
A inventividade da trama, da encenação do
diretor e o talento dos envolvidos de um modo geral escondem bem o baixo
orçamento da produção.
Há um ligeiro retrato da ‘swiming london’ do
período, perceptível nos personagens mais jovens, mas essa provavelmente nem
era a intenção da produção; o objetivo, aqui, era compor um conto de terror,
nos moldes de Edgar Alan Poe, onde os recursos obcuros empregados pelo homem
revelam, por vezes, sua aptidão maligna, e vão galgando em perversidade até
culminar na amarga tragédia.
E isso, o competente Michael Reeves conseguiu.
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