quinta-feira, 9 de junho de 2016

Zootopia

Vez ou outra a Disney acerta, e muito, com suas animações. Tome o exemplo deste trabalho com animais que vivem num mundo que simula a sociedade humana (como a Disney tanto gosta de fazer), que chegou ao cinema e, sem mais nem menos, conquistou público e crítica e, agora, não só é uma das maiores bilheterias do ano, como está a caminho de ser uma das maiores bilheterias dos estúdios Disney!
Basta um olhar atento para perceber, contudo, que esse sucesso não foi ao acaso: “Zootopia” é de um brilhantismo que há muito tempo a Disney não demonstrava desvinculada da Pixar.
O título do filme dá nome à uma grande cidade, onde os mais variados animais buscam co-existir. Presas e predadores. Herbívoros e carnívoros. Vertebrados e invertebrados. Grandes e pequenos. Daí o trocadilho do nome.
É para lá que vai a apaixonante coelhinha Jodie Hopps com um sonho bem peculiar: Torna-se policial, a despeito do fato de que coelhos são, quase sempre, agricultores e que o trabalho da polícia é reservado aos animais de grande porte.
Ela enfrentará barreiras, claro, e irá perceber que, entre o conceito de co-existência pacífica entre espécies que rege Zootopia, e a realidade que ela encontrará nas ruas, há um abismo de contradição e diferença.
Essa idéia, brilhantemente elaborada pela Disney (e tão rica que pode, e deve, render outros longas de animação), torna-se um terreno fértil onde a história pode falar sobre preconceito, discriminação, segregação e luta de classes, usando magistralmente a metáfora como forma de levar assuntos pertinentes de nosso mundo aos pequenos, sem expô-los tão cedo à suja e chocante realidade.

E ainda sobra espaço para espertas referências cinematográficas: A mais sensacional, certamente, é a família de pequeninos gambás que faz às vezes de Família Corleone de “O Poderoso Chefão” (!).

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