O hoje muito cultuado John Hugues teve uma
carreira das mais irregulares quando esteve em atividade em Hollywood durante a
década de 1980 e parte da de 1990. Para cada trabalho genial como “Curtindo A
Vida Adoidado”, ou marcante como “A Garota de Rosa Shocking” havia obras
discutíveis como “Quem Vê Cara, Não Vê Coração” e “A Malandrinha”. Não há,
contudo, como nos esquecermos de momentos brilhantes como o que ele
experimentou em “Clube dos Cinco”, um dos mais sinceros e bem-sucedidos
retratos da angústia adolescente do cinema, tema que o permeou sua obra por
toda a vida, seja expresso em drama, ou principalmente, em humor.
“Clube dos Cinco” acompanha o aparentemente
enfadonho dia de sábado de cinco estudantes completamente distintos entre si que,
por diferentes razões, receberam uma espécie de penalidade, na qual terão de ficar
confinados na biblioteca escolar onde devem escrever uma redação com o tema “quem
eu sou”.
De início todos aparentam ser, aos olhos uns
dos outros, os estereótipos dos alunos de qualquer escola: A patricinha (Molly
Ringwald), o atleta popular (Emilio Estevez), o nerd (Anthony Michael Hall), o
revoltado (Judd Nelson) e a desajustada (Ally Sheddy); a maioria deles –em
especial, Molly Ringwald –figuras recorrentes nos filmes de John Hugues.
A medida que o tempo passa e a rotina os obriga
à inventar situações para contornar o tédio, surgem circunstâncias através das
quais eles passam a vislumbrar novas qualidades uns nos outros, percebendo-se
como seres humanos.
Dentre os altos e baixos que foi a filmografia,
hoje bastante reconhecida, de John Hugues, “Clube dos Cinco” ocupa um lugar
especial, de indiscutível carinho por parte de seus fãs, e de inquestionável
critério artístico por parte de seu realizador que, verdade seja dita, nem
sempre obtinha a perfeição narrativa que conquista aqui.
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