quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Clube dos Cinco

O hoje muito cultuado John Hugues teve uma carreira das mais irregulares quando esteve em atividade em Hollywood durante a década de 1980 e parte da de 1990. Para cada trabalho genial como “Curtindo A Vida Adoidado”, ou marcante como “A Garota de Rosa Shocking” havia obras discutíveis como “Quem Vê Cara, Não Vê Coração” e “A Malandrinha”. Não há, contudo, como nos esquecermos de momentos brilhantes como o que ele experimentou em “Clube dos Cinco”, um dos mais sinceros e bem-sucedidos retratos da angústia adolescente do cinema, tema que o permeou sua obra por toda a vida, seja expresso em drama, ou principalmente, em humor.
“Clube dos Cinco” acompanha o aparentemente enfadonho dia de sábado de cinco estudantes completamente distintos entre si que, por diferentes razões, receberam uma espécie de penalidade, na qual terão de ficar confinados na biblioteca escolar onde devem escrever uma redação com o tema “quem eu sou”.
De início todos aparentam ser, aos olhos uns dos outros, os estereótipos dos alunos de qualquer escola: A patricinha (Molly Ringwald), o atleta popular (Emilio Estevez), o nerd (Anthony Michael Hall), o revoltado (Judd Nelson) e a desajustada (Ally Sheddy); a maioria deles –em especial, Molly Ringwald –figuras recorrentes nos filmes de John Hugues.
A medida que o tempo passa e a rotina os obriga à inventar situações para contornar o tédio, surgem circunstâncias através das quais eles passam a vislumbrar novas qualidades uns nos outros, percebendo-se como seres humanos.
Dentre os altos e baixos que foi a filmografia, hoje bastante reconhecida, de John Hugues, “Clube dos Cinco” ocupa um lugar especial, de indiscutível carinho por parte de seus fãs, e de inquestionável critério artístico por parte de seu realizador que, verdade seja dita, nem sempre obtinha a perfeição narrativa que conquista aqui.

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