Na esteira de Ang Lee, que dirigiu “O Tigre e O
Dragão”, um épico de artes marciais, e obteve aclamação mundial por isso,
outros diretores, outrora ligados à projetos mais autorais, também fizeram suas
próprias incursões no gênero wuxia.
Zhang Ymou, realizador de uma seqüência
esplêndida de grandes filmes com a atriz Gong Li entre as décadas de 1980 e
1990, foi um dos que experimentou essa transição com o arrojado “Herói”.
Ele tomou gosto pela coisa, inclusive porque
(tão talentoso quanto Ang Lee) também conquistou larga aprovação de público e
crítica, e realizou logo depois este ainda melhor “O Clã das Adagas Voadoras”.
Na China milenar, dividida por milícias que
detinham o poder e o controle dos estados, dois policiais elaboram um plano
para ludibriar uma jovem e aparentemente inocente cega (Zhang ZiYi, sempre apaixonante), e fazer com que ela os
conduza até o refúgio do lendário clã das adagas voadoras. Mas não faltarão
surpresas e reviravoltas no decorrer desse plano.
O brilhante épico de artes marciais moldado por
Ymou mostra-se particularmente feliz na junção dos inúmeros gêneros que a
história comporta: Vai da aventura ao drama, da ação ao romance, sempre
pontuado por uma composição inspirada de cenas, onde cada frame não apenas
exprime uma deslumbrante beleza plástica, mas exala inventividade cênica e, não
raro, poesia visual. Muito disso se deve à visão artística do diretor Zhang
Yimou (tarimbado em projetos de diversas orientações e envergaduras dramáticas)
para a elaboração de seqüências de irretocável deslumbre e nas coreografias de
lutas que desafiam a lei da gravidade.
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