quarta-feira, 14 de setembro de 2016

O Clã das Adagas Voadoras

Na esteira de Ang Lee, que dirigiu “O Tigre e O Dragão”, um épico de artes marciais, e obteve aclamação mundial por isso, outros diretores, outrora ligados à projetos mais autorais, também fizeram suas próprias incursões no gênero wuxia.
Zhang Ymou, realizador de uma seqüência esplêndida de grandes filmes com a atriz Gong Li entre as décadas de 1980 e 1990, foi um dos que experimentou essa transição com o arrojado “Herói”.
Ele tomou gosto pela coisa, inclusive porque (tão talentoso quanto Ang Lee) também conquistou larga aprovação de público e crítica, e realizou logo depois este ainda melhor “O Clã das Adagas Voadoras”.
Na China milenar, dividida por milícias que detinham o poder e o controle dos estados, dois policiais elaboram um plano para ludibriar uma jovem e aparentemente inocente cega (Zhang ZiYi, sempre apaixonante), e fazer com que ela os conduza até o refúgio do lendário clã das adagas voadoras. Mas não faltarão surpresas e reviravoltas no decorrer desse plano.

O brilhante épico de artes marciais moldado por Ymou mostra-se particularmente feliz na junção dos inúmeros gêneros que a história comporta: Vai da aventura ao drama, da ação ao romance, sempre pontuado por uma composição inspirada de cenas, onde cada frame não apenas exprime uma deslumbrante beleza plástica, mas exala inventividade cênica e, não raro, poesia visual. Muito disso se deve à visão artística do diretor Zhang Yimou (tarimbado em projetos de diversas orientações e envergaduras dramáticas) para a elaboração de seqüências de irretocável deslumbre e nas coreografias de lutas que desafiam a lei da gravidade.

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