sábado, 17 de setembro de 2016

Ichi - O Assassino

Não há como negar que alguns dos filmes integrantes da famigerada lista de “filmes mais perturbadores do cinema” apesar da experiência atroz e plena de desconforto à que submetem o expectador, são obras de arte indiscutíveis.
Outros são meros pretextos para escatologia, bizarrice, violência e subsistência extrema.
A diferença, na maioria das vezes, está em seus diretores a na proposta sempre artística com a qual abordam contextos tão terríveis.
Dentre eles, alguns manipulam tais elementos como mestres.
David Lynch (“Eraserhead”), John McNaughton (“Henri-Retrato de Um Assassino”), Gaspar Noé (“Enter The Void” e “Irreversível”), Ken Russell (“Os Demônios”), Todd Browning (“Monstros”), e Takashi Miike (“Audition” e “Visitor Q”) são alguns deles.
E já que falamos de Takashi Miike, vamos relembrar de um de seus mais cultuados (e execrados, em igual medida) trabalhos: O brutal, massacrante e também largamente perturbador “Ichi”.
A narrativa brutal e despojada de Miike nos arremessa ao Japão, onde um chefe da máfia Yakuza, some enquanto portava três milhões de yens. O responsável por sua morte (numa das muitas cenas de inapelável barbárie deste filme) é Ichi, um assassino psicopata com uma infância obscura e secreta, ainda que seu aspecto banal –inerente à muitos psicopatas –faça com que todos subestimem sua capacidade de matar.
Os indignados membros da Yakuza, liderados pelo masoquista Kakihara, iniciam uma busca vingativa e implacável pelo responsável, mas a agressividade de seus métodos sangrentos os leva a entrar em choque com os membros de outra gangue. Para complicar ainda mais, Kakihara contrata o próprio Ichi, sem ter a menor idéia de que seus atos são controlados por um policial aposentado.
Takashi Miike constrói assim uma ciranda macabra de crime e ultraviolência onde exercita sua incansável capacidade para elaborar cenas de agressão extrema.

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