Uma série de posturas materializadas em tendências
de ordem comercial ocasionadas nos anos 1970 podem ser conferidas neste
faroeste curioso e divertido.
Eram tempos em que o faroeste clássico (da época
da Antiga Hollywood) já havia perdido muito de sua majestade junto ao público
de então –que abraçava a contracultura –e o chamado ‘faroeste spaghetti’
promovido por Sergio Leone se mostrava mais capaz de seduzir as platéias. É por
isso que esta agitada produção em torno de um fugitivo (Burt Reynolds), mestiço
de americanos e índios Yaqui, perseguido por um obstinado xerife pelos desertos
empoeirados e escaldantes do México bebe muito mais da fonte de filmes como a “Trilogia
dos Dólares” do que de “Rastros de Ódio”.
Outro elemento oriundo do tempo a que ele
pertence diz respeito ao protagonista, que não é o fugitivo vivido por Burt
Reynolds, mas sim o xerife tornado herói revolucionário interpretado com
altivez e carisma por Jim Brown, num dos muitos casos de faroestes estrelados
por negros (e muita gente achando que “Django Livre” era tão original por causa
disso...) pegando carona no movimento da blaxploitation. Justamente por conta
desse maior despojamento a que se permitia o cinema dos anos 1970, este
trabalho lança mão que questões políticas –ainda que simplificadas ao máximo –e
de uma acentuada violência gráfica. Também há a linda e maravilhosa Raquel
Welch (saudada como um dos grandes símbolos sexuais do cinema por seu papel no
anterior “Um Milhão de Anos Antes de Cristo”), no papel de Sarita, impondo-se
como uma personagem feminina forte e relevante para a trama –vale lembrar que a
cena de sexo entre os personagens de Rachel e Jim Brown causou frisson por seu
absoluto ineditismo inter-racial na época, todavia é uma pena que, embora haja
pelo menos umas três oportunidades, Rachel não tem nenhuma cena de nudez: Na
verdade, quem aparece nua é Soledad Miranda (atriz espanhola cultuada por
alguns filmes dirigidos por Jess Franco) numa deliciosa participação especial.
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