sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Sing - Quem Canta Seus Males Espanta

Talvez, o trabalho mais redondo e equilibrado do diretor Garth Jennings (de “O Guia do Mochileiro das Galáxias”) seja mesmo esta animação notável, que permitiu a ele uma liberdade criativa mais plena –inerente ao formato –bem como um controle mais abrangente sobre os elementos que constituem as cenas.
Na história de “Sing”, o coala Buster Moon (na voz de Matthew McConaughey provando, mesmo ali, sua versatilidade) é um empreendedor do showbusiness, daqueles entusiastas apaixonados pela sua arte e pelo ambiente de glaumour e nostalgia proporcionado pelo anfiteatro que administra aos trancos e barrancos –a época das vacas gordas já se foram, e o lugar outrora de grande sucesso, enfrenta problemas (ele lembra, de certa maneira, o protagonista de “Primavera Para Hitler”, de Mel Brooks, vivido por Zero Mostel).
A solução para a crise é típica: Promover um show de talentos que ofereça como prêmio ao vencedor uma quantia de 1.000 dólares.
Entretanto, por um lapso de sua octogenária secretária, o anúncio oferece 100.000 dólares de prêmio (!), o quê acaba trazendo para as apresentações uma fauna (não apenas literal já que os personagens são vividos por inúmeras espécies animais) muito mais numerosa e diversa do que ele poderia imaginar.
Entre eles, alguns se destacam: A porquinha dona de casa (e sonhadora) Rosita (voz de Reese Wintherspoon) que consegue um lugar no show fazendo par com o irrequieto Gunter (voz de Nick Kroll); o jovem gorila Johnny (voz de Taron Egerton) que enxerga na música toda a satisfação e plenitude que ele não vê nos ilícitos negócios de roubo à banco da família; o ranzinza ratinho Mike (voz de Seth MacFarlane), cujo excesso de arrogância e de confiança na bela voz de veludo coloca alguns ursos mafiosos (!) em seu encalço; a ouriço roqueira Ash (voz de Scarlett Johansson), preterida pelo próprio namorado por ser mais talentosa que ele; e a jovem elefanta Meena (voz de Tori Kelly) cuja esmagadora timidez a impede de revelar ao mundo sua voz prodigiosa de cantora.
E aí então, o filme de Jennings destaca-se em meio às demais animações pelo fato de abranger todas essas várias linhas narrativas, dando conta da evolução do drama de cada personagem, numa manobra incomum em filmes voltados ao público infantil –e sendo mais bem-sucedido no trato com múltiplos backgrounds do que muito filme de gente grande, como o narrativamente equivocado “Esquadrão Suicida”, por exemplo.
É claro que a produção faz o seu dever de casa: Para que nada soe excessivo ou pesado, a condução se dá por meio da música e o filme assim se beneficia em ritmo e melodia de um elenco de dubladores afiado e talentoso, materializando ótimas seqüências musicais (e que contam com canções para lá de conhecidas), como a dançante “Shake It Off”, momento de revelação da porquinha Rosita; a libertadora “Set It All Free”, cantada pela ouriço Ash; a engraçadíssima versão de “My Way”, pelo ratinho Mike; a agitada e empolgante “I’ m Still Standing” cantada pelo gorila Johnny; e a contagiante “Don’t You Worry About A Thing”, onde enfim a elefanta Meena conquista sua platéia.

2 comentários:

  1. Obrigado pela resenha adorei o elenco. Matthew McConaughey esta impecável no filme A Torre Negra. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno.Ancho que este novo filme de Matthew McConaughey é bom, porque tem muitos fãs que como eu se sentem atraídos por cada estréia cinematográfica que tem o seu nome exibição. Além, acho que a sua participação neste filme.

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