segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Ring - O Chamado

Na comparação com seus pares, “Ringu” é de uma simplicidade que o torna bastante acessível; eis aí, talvez, o detalhe que faz dele um exemplar mais conhecido que obras de terror japonês como os desafiadores “Kairo”, “Audition” e “Suicide Club” –além, claro, de sua bem-sucedida refilmagem americana.
A premissa de Hideo Nakata não poderia ser mais compreensível: Uma fita de vídeo amaldiçoada. Basta alguém assisti-la para então morrer dentro de sete dias.
A partir desse argumento, ele constrói um filme inquietante e lúgubre em torno de Reiko Asakawa (Nanako Matsushima), uma jovem jornalista que, ao investigar a súbita morte da sobrinha (que morreu junto de outros amigos sem nenhuma explicação), descobre a tal maldição ligada a uma fita de VHS: Toda a pessoa que assistir ao seu conteúdo recebe logo em seguida uma ligação –“Sete dias!" afirma uma voz fantasmagórica do outro lado da linha –e morre exatamente uma semana depois sem que ninguém saiba como. Após encontrar a fita e assisti-la (uma série de imagens que a princípio não fazem sentido algum), a jornalista passa a tentar descobrir sua origem ao longo dos dias que vão se passando.
Descobre assim a história de Sadako, e dos tormentos que vivenciou em função de poderes extra-sensoriais tidos pelo pai matuto e supersticioso como um artifício de demônios.
Mais do que descobrir toda a história que envolve a misteriosa Sadako, ela deve descobrir um meio de anular o terrível desfecho que acomete aqueles que assistiram à fita: Afinal, se a maldição tiver fundamento ela própria morrerá em uma semana.

A maneira com que este filme particularmente arrepiante organiza paradigmas do novo terror japonês surgido nos anos 1990 e elementos inerentes ao gênero empregados por cineastas do mundo inteiro é o grande trunfo do notável conceito que Hideo Nakata urgiu aqui –e tão forte foi seu apelo que rendeu duas continuações e uma prequel, além de ter iniciado uma verdadeira febre quando foi refilmado por Hollywood em 2002.

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