Também comercializado com o título “Amuck!”, o
filme do diretor Silvio Amadio une com eficiência e malícia as características
tão implausíveis quanto cinematográficas do ‘giallo’ ao resfolegante erotismo
que pontuava algumas obras dos anos 1970, num resultado muito interessante.
A deliciosa Barbara Bouchet interpreta Greta,
uma secretária inglesa que aporta em Veneza para prestar serviços à um escritor
de livros de suspense (os próprios ‘gialli’, na Itália) vivido por Farley
Granger (de “Sedução da Carne”).
No entanto, Greta tem lá seus objetivos
pessoais: A secretária anterior, Sally (Patrizia Viotti), desapareceu sem
deixar vestígios e ante um comportamento muito suspeito e indiferente da parte
de seu empregador.
Greta, que tinha uma espécie de relação com ela
(sugerida numa breve e sutil seqüência de lesbianismo sob uma cachoeira), quer
agora descobrir o quê lhe aconteceu.
Dessa forma, ela se põe na mesma ocupação que antes era de Sally, para reunir pistas acerca de seu desaparecimento; que ela quase não tem dúvidas, culminou em seu assassinato.
Dessa forma, ela se põe na mesma ocupação que antes era de Sally, para reunir pistas acerca de seu desaparecimento; que ela quase não tem dúvidas, culminou em seu assassinato.
Como é inerente ao sub-gênero, o diretor incrementa
a rotina de Greta com elementos sinistros e personagens pra lá de suspeitos,
como a esposa do escritor (Rosalba Neri), com quem Greta também trava um
belíssimo interlúdio sexual; o mordomo tipicamente soturno (Umberto Raho), e o
pescador débil mental, mas extremamente forte e robusto que mora nas redondezas
(Petar Martinovich).
Colocando mais tempero ao molho, a narrativa de
Amadio usa a trama em função de uma ótima brincadeira de metalinguagem: O
trabalho de Greta é redigir a narrativa de um livro que o escritor vai estruturando, cujas instruções ele deixa para ela em um gravador. Tal livro,
pouco a pouco, notamos (assim como a perplexa protagonista), é a mesma história
que segue no filme –ou seja, sobre uma secretária que tenta investigar às escondidas o
paradeiro da amiga.
Repleto de soluções um
tanto quanto improváveis –todas elas condizentes com as produções do ‘giallo’
da época –“Alla Ricerca Del Piacere” se sustenta muito bem com o belo tempero
libertino que o erotismo oferece a sua trama prolixa de investigação.
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