sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

The Devil In Mr. Holmes


O melhor deste último trabalho do lendário astro pornô John Holmes é o seu sabor vintage e as características que isso acarreta –uma obra pornográfica, sim, mas que tem, ao seu jeito, uma narrativa, com pretexto e premissa, por meio da qual uma trama real é construída a fim de justificar as cenas de sexo que seguem. Em suma, um filme de verdade.
Esses predicados da indústria pornô de então –o de conceber narrativas ao invés de simplesmente filmar cenas de sexo –foi gradativamente abandonado quando os realizadores se deram conta do hábito da grande maioria dos consumidores de filmes pornô de acelerar as cenas de diálogo e tudo o mais para seguir diretamente rumo às sequências de sexo; isso porque, já nos anos 1980, o público já dispunha do videocassete para ver seus filmes em casa e não mais no cinema, permitindo assim que pequenas frivolidades como essa fossem feitas em tão larga escala que modificou todo o perfil da indústria com elas.
Adotando como influência direta e declarada um dos grandes clássicos do gênero, “O Diabo Na Carne de Miss Jones”, o roteiro começa com John Holmes num personagem que se chama... John Holmes! –que, àquelas alturas, era uma persona tão icônica dentro e fora das telas do universo pornô que dissocia-lo de sua imagem fazendo-o interpretar um personagem soava desnecessário.
No início, ele amarga a frustração de não conquistar mulheres na mesma proporção de sua libido insaciável. Seguindo as orientações meio sem noção de dois amigos (Christoph Clark e Jean-Pierre Armand, presenças corriqueiras nas transas que se seguirão), ele estuda um livro por meio do qual faz um pacto muito gaiato com o Diabo (Kieran Canter, absolutamente caricato na única tomada que aparece) e acaba, com isso, adquirindo um magnetismo desigual com as mulheres: Basta que elas olhem em seus olhos sem a proteção de óculos escuros para que um desejo normal por sexo as domine!
Está aí, portanto, a senha para as sequências que se seguem, abrilhantadas, sobretudo, pela beleza sem artifícios de algumas deslumbrantes atrizes do período como Tracey Adams e Amber Lynn.

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