sexta-feira, 25 de janeiro de 2019

O Mistério das Duas Irmãs


Nesta refilmagem do sul-coerano “Medo”, imbuída de toda a redundância que o cinema americano volta e meia consegue evocar, é possível adivinhar, com alguma atenção, o grande plot-twist do filme já nos seus primeiros minutos: É praticamente a mesma reviravolta que ocorre, por exemplo, no clímax de “Boa Noite, Mamãe”.
Diante disso, o suspense e a tensão engendrados pela narrativa disputam uma batalha desde sempre perdida.
Anna (Emily Browning, de “Sucker Punch” e “Desventuras Em Série”) volta para casa após uma temporada num hospital psiquiátrico; o motivo logo é descortinado: A morte trágica de sua adoentada e combalida mãe em um incêndio.
Ao chegar e reunir-se com sua irmã Alex (a bonitinha Arielle Kebbel, de “Todas Contra John” e “American Pie-Tocando A Maior Zona”), Anna descobre que seu pai (David Strathairn) seguiu em frente e enamorou-se de Rachel (Elizabeth Banks), a própria enfermeira de sua mãe –o que deixa as duas irmãs com um gosto amargo na boca em relação a esse relacionamento.
Elas aproveitam seu tempo livre para reunir indícios, um tanto subjetivos (e não saber ocultar isso é um dos pecados da narrativa), de que Rachel pode não ser a pessoa confiável que aparenta.
Enquanto isso, Anna é frequentemente assediada por aparições que parecem ser espíritos mortos –o de sua mãe e outras vítimas que se incluem em sua investigação.
Uma vez que não assisti, eu não sei dizer até que ponto a trama deste filme corresponde à do filme original (que é considerado superior com unanimidade acachapante, e eu não duvido disso), mas o trabalho na direção dos estreantes The Guard Brothers, Charles (marido da atriz Felicity Jones) e Thomas, de certa forma negligencia a clareza de sua premissa sobrenatural –que eles próprios parecem desdenhar –para seguir um estilo que estranhamente se aproxima da abordagem de Stanley Kubrick em “O Iluminado” –a de que os fantasmas não passam de tormentos da mente –lembrando que essa postura ia contra o que o próprio autor Stephen King imaginava.

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