Nesta refilmagem do sul-coerano “Medo”, imbuída
de toda a redundância que o cinema americano volta e meia consegue evocar, é
possível adivinhar, com alguma atenção, o grande plot-twist do filme já nos
seus primeiros minutos: É praticamente a mesma reviravolta que ocorre, por
exemplo, no clímax de “Boa Noite, Mamãe”.
Diante disso, o suspense e a tensão engendrados
pela narrativa disputam uma batalha desde sempre perdida.
Anna (Emily Browning, de “Sucker Punch” e “Desventuras
Em Série”) volta para casa após uma temporada num hospital psiquiátrico; o
motivo logo é descortinado: A morte trágica de sua adoentada e combalida mãe em
um incêndio.
Ao chegar e reunir-se com sua irmã Alex (a
bonitinha Arielle Kebbel, de “Todas Contra John” e “American Pie-Tocando A
Maior Zona”), Anna descobre que seu pai (David Strathairn) seguiu em frente e
enamorou-se de Rachel (Elizabeth Banks), a própria enfermeira de sua mãe –o que
deixa as duas irmãs com um gosto amargo na boca em relação a esse
relacionamento.
Elas aproveitam seu tempo livre para reunir
indícios, um tanto subjetivos (e não saber ocultar isso é um dos pecados da
narrativa), de que Rachel pode não ser a pessoa confiável que aparenta.
Enquanto isso, Anna é frequentemente assediada
por aparições que parecem ser espíritos mortos –o de sua mãe e outras vítimas
que se incluem em sua investigação.
Uma vez que não assisti, eu não sei dizer até
que ponto a trama deste filme corresponde à do filme original (que é
considerado superior com unanimidade acachapante, e eu não duvido disso), mas o
trabalho na direção dos estreantes The Guard Brothers, Charles (marido da atriz
Felicity Jones) e Thomas, de certa forma negligencia a clareza de sua premissa
sobrenatural –que eles próprios parecem desdenhar –para seguir um estilo que
estranhamente se aproxima da abordagem de Stanley Kubrick em “O Iluminado” –a de
que os fantasmas não passam de tormentos da mente –lembrando que essa postura
ia contra o que o próprio autor Stephen King imaginava.
Nenhum comentário:
Postar um comentário