Quando foi lançado em homevideo no Brasil, em
1996, este filme ganhou o título “A Sedução do Mal-Os Diários de Nosferatu”,
estreitando ainda mais as similaridades com o sucesso de anos pregressos
“Drácula de Bram Stoker”, de Francis Ford Coppola, do qual a diretora estreante
deste daqui, Anne Goursaud, era uma das montadoras.
Além do evidente tema dos vampiros, Goursaud
compreende a conexão entre a sede de sangue e o erotismo palpitante que emerge
dessa pulsão, diferente de Coppola, no entanto, ela não trabalha qualquer
sugestão optando por ir até o fim nas provocações; fator que garantiu uma certa
sobrevida cult ao filme, que passou por cima de suas limitações técnicas e
estéticas.
No que tange à trama, Goursaud reaproveita a
premissa básica do clássico de Stoker na qual um vampiro ancestral (vivido pelo
desinteressante Martin Kemp), ao fim de uma procura centenária, encontra sua
amada reencarnada no corpo de uma universitária norte-americana (Alyssa Milano,
bela e desinibida).
O filme de Goursaud se
divide assim em dois aspectos que alternam suas falhas e suas virtudes: O
propósito do vampiro que tem o prazo de três dias para consumar sua paixão
antes de sucumbir a um sono eterno (e, nesse sentido, a narração em off de
Kemp, que deveria acrescentar charme ao andamento, só confirma o quanto ele é
enfadonho); e o desabrochar da jovem protagonista que, de reprimida e tímida,
se torna sensual e ardente na gradativa descoberta da própria sexualidade;
aspecto que a jovem Alyssa Milano (que já foi a filha de Arnold Schwarzenegger
em “Comando Para Matar”) tira de letra. As suas cenas de nudez, assim como o
interlúdio lésbico com Charlotte Lewis, conseguem tornar bem mais apetecível e
atrativo um filme que corre o tempo todo o risco de tornar-se banal e
irregular.
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