domingo, 26 de julho de 2015

Golpe Duplo

Já fazia anos que não se via um bom trabalho do astro Will Smith. Daqueles vibrantes de verdade.
Lá, numa já distante década de 1990, ele conseguiu emplacar dos sucessos esmagadores de bilheteria em dois anos consecutivos, no mesmo feriado de 4 de julho (Independence Day, 1996, e Homens de Preto, 1997, para aqueles que não têm idade para lembrar disso...).
De lá para cá, ele mostrou que podia ser ator sério, concorrendo até ao Oscar (por Ali, em 2001, e por À Procura da Felicidade, em 2006), fez mais alguns sucessos de bilheteria, e bons filmes, outros, talvez até nem tanto, e então começou a desaparecer das telas, servindo mais como uma escada para a carreira de seu filho Jayden Smith: como o pavoroso Depois da Terra.
Esse e o pouco interessante Homens de Preto 3 pareciam compor um caso de astro em decadência.
Mas, nada como um filme muito bom para mudar as coisas!
Tudo bem que Golpe Duplo não é o maior dos filmaços, mas para quem ameaçava não recuperar mais o pique de outrora, está muito bom! É verdade, também que, se o filme é bom e funciona, isso não é por causa de Will Smith, e nem dos diretores Glen Ficarra e John Requa. É por causa de Margot Robbie!
A linda loira australiana que foi revelada ao mundo no sensacional O Lobo de Wall Street, de Martin Scorsese, revela aqui ser plenamente capaz de segurar um filme sozinha, com carisma, talento e desenvoltura. Além de hipnoticamente bonita.
Os predicados dela, na maioria das vezes, escondem os erros do filmes, como o fato dos diretores tropeçarem onde um filme sobre golpistas menos deveria tropeçar: na maneira com que as sucessivas reviravoltas do roteiro chegam ao expectador.
A direção deles, nota-se, parece o tempo todo deslumbrada com a belíssima produção a que têm acesso, e isso enche o filme de planos lindos, ainda que estranhamente artificiais.
No final, Golpe Duplo não é um grande filme, é mais um bom passatempo, nada memorável, mas satisfatoriamente assistível. Para Will Smith, que ameaçava perder o dom de fazer até filmes assim, já está bom demais! E que venha, ano que vem, Esquadrão Suicida, onde ele divide, outra vez, a cena com a maravilhosa Margot Robbie.

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