Há uma forma toda própria com que os
realizadores europeus abordam o sexo em suas tramas e isso se distingue muito
da maneira mais moralista e politicamente correta adotada pelos
norte-americanos.
Exemplo notável desse aspecto cultural, este
excelente trabalho de François Ozon debruça-se sobre as pulsões enigmáticas de
uma personagem cuja tenra idade não a afasta da exuberante sexualidade que exibe no filme –e que é, basicamente, seu cerne narrativo: Jovem estudante
francesa, Isabelle (a bela Marine Vacth) vive bem com a mãe, o padrasto e o
irmão menor.
Sua família tem boa renda e nada lhe
falta.
Mas Isabelle tem uma vida dupla, na qual
se prostitui servindo de acompanhante para homens mais velhos, para os quais
mente sua idade.
É apenas questão de tempo, para que essas duas
facetas de sua vida venham a colidir.
Ozon construiu uma obra que dialoga com um tema
que parece assombrar o subconsciente do cinema francês desde que Luis Buñuel
realizou "A Bela da Tarde": A personagem feminina que se entrega ao
sexo enquanto ostenta, paradoxalmente, uma personalidade impenetrável. Diretor
experiente e conhecedor dos meandros fugidios de personagens complexas, Ozon conmpõe
com elegância sua narrativa, deixando sua câmera se fascinar pela beleza e o
frescor de sua sedutora protagonista, a linda e sensualmente desconcertante
Marine Vacth, ao mesmo tempo em que administra com habilidade as intervenções
narrativas necessárias para que tenhamos uma idéia de sua enigmática
personalidade.
Sua jovem protagonista é
como uma esfinge, que trás na nebulosidade de seus olhos sedutores um desafio
para que se compreenda as atitudes que ela é levada a tomar.
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