quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Jovem & Bela

Há uma forma toda própria com que os realizadores europeus abordam o sexo em suas tramas e isso se distingue muito da maneira mais moralista e politicamente correta adotada pelos norte-americanos.
Exemplo notável desse aspecto cultural, este excelente trabalho de François Ozon debruça-se sobre as pulsões enigmáticas de uma personagem cuja tenra idade não a afasta da exuberante sexualidade que exibe no filme –e que é, basicamente, seu cerne narrativo: Jovem estudante francesa, Isabelle (a bela Marine Vacth) vive bem com a mãe, o padrasto e o irmão menor.
 Sua família tem boa renda e nada lhe falta.
 Mas Isabelle tem uma vida dupla, na qual se prostitui servindo de acompanhante para homens mais velhos, para os quais mente sua idade.
É apenas questão de tempo, para que essas duas facetas de sua vida venham a colidir.
Ozon construiu uma obra que dialoga com um tema que parece assombrar o subconsciente do cinema francês desde que Luis Buñuel realizou "A Bela da Tarde": A personagem feminina que se entrega ao sexo enquanto ostenta, paradoxalmente, uma personalidade impenetrável. Diretor experiente e conhecedor dos meandros fugidios de personagens complexas, Ozon conmpõe com elegância sua narrativa, deixando sua câmera se fascinar pela beleza e o frescor de sua sedutora protagonista, a linda e sensualmente desconcertante Marine Vacth, ao mesmo tempo em que administra com habilidade as intervenções narrativas necessárias para que tenhamos uma idéia de sua enigmática personalidade.
Sua jovem protagonista é como uma esfinge, que trás na nebulosidade de seus olhos sedutores um desafio para que se compreenda as atitudes que ela é levada a tomar.

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