O plano agora é uma maratona James Bond a fim
de culminar com o novo filme, “007 Contra Spectre” que promete ser seminal para
a saga.
Vou me ater, assim, apenas aos filmes
estrelados por Daniel Craig (o quê facilita inclusive meu trabalho...) afinal,
ao contrário de todo o resto, os filmes com Craig não têm relação com os
demais.
Mas, fica aqui o registro de minha admiração
pelos mais antigos estrelados por Sean Connery, também.
Na trama de “Cassino Royale”, James Bond
(Craig), impetuoso funcionário do MI:6, o serviço secreto britânico, é
promovido de posto ganhando o codinome 007, que classifica os agentes que têm
permissão para matar. Em sua primeira missão, Bond precisa vencer, numa tensa
rodada de pôquer, o financiador de terroristas Le Chiffre (Madds Mikelsen,
ótimo), no cassino royale em Montecarlo. Um de seus contatos é a bela Vesper
Lynd (Eva Green,deslumbrante), representante do ministério do tesouro, por quem
Bond se apaixona.
O reinicio da série "James Bond"
abandonou não só o astro de então Pierce Brosnan (substituído pelo mais
enérgico Daniel Craig) como também aproveitou a oportunidade para apagar por
completo sua cronologia pregressa de vinte filmes, valendo-se de uma chance
para uma modernização completamente audaz –a idéia já vinha aparecendo tímida
nos filmes de 007 desde que Timothy Dalton tinha assumido nos anos 1980, mas o
peso do passado impedia uma repaginação ideológica completa.
Os produtores então souberam aproveitar o fato
de que o primeiro livro do criador, Ian Fleming, “Casino Royale”, teve seus
direitos autorais recuperados (foi feita uma adaptação bastarda e debochada
desse livro nos anos 1960, onde David Niven interpretava a versão mais cômica
até hoje de James Bond) assim como o súbito interesse por uma “versão oficial”
surgiu depois de uma declaração de Quentin Tarantino de que gostaria de dirigir
uma adaptação de “Casino...” onde fossem resgatados a seriedade e a
visceralidade que perderam-se nas produções cada vez mais pirotécnicas das
últimas décadas.
Ironia: Esse reinício, que supostamente visa
uma atualização do conceito, de certa maneira também resgata elementos que a
série e o personagem tinham em seu começo.
O que se vê, portanto, aqui é uma origem onde
James Bond ressurge modernizado amparado em conceitos atuais e muito mais
realistas, ainda que preserve muito da identidade do personagem (o quê faz
lembrar justamente os primeiros e mais vigorosos filmes da série).
Esse entendimento, não só do personagem como
também do sentido e significado de toda a franquia, se deve em razão do
conhecimento de causa do diretor Martin Campbell (realizador, aliás, de “007
Contra Goldeneye”, justamente o filme que introduziu Pierce Brosnan), e
certamente pela qualidade superlativa do roteiro assinado, entre outros, por
Paul Hagis (de “Crash-No Limite”).
O resultado é um filme de
ação magistral.
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