sexta-feira, 30 de outubro de 2015

007 Cassino Royale

O plano agora é uma maratona James Bond a fim de culminar com o novo filme, “007 Contra Spectre” que promete ser seminal para a saga. 
Vou me ater, assim, apenas aos filmes estrelados por Daniel Craig (o quê facilita inclusive meu trabalho...) afinal, ao contrário de todo o resto, os filmes com Craig não têm relação com os demais. 
Mas, fica aqui o registro de minha admiração pelos mais antigos estrelados por Sean Connery, também. 
Na trama de “Cassino Royale”, James Bond (Craig), impetuoso funcionário do MI:6, o serviço secreto britânico, é promovido de posto ganhando o codinome 007, que classifica os agentes que têm permissão para matar. Em sua primeira missão, Bond precisa vencer, numa tensa rodada de pôquer, o financiador de terroristas Le Chiffre (Madds Mikelsen, ótimo), no cassino royale em Montecarlo. Um de seus contatos é a bela Vesper Lynd (Eva Green,deslumbrante), representante do ministério do tesouro, por quem Bond se apaixona. 
O reinicio da série "James Bond" abandonou não só o astro de então Pierce Brosnan (substituído pelo mais enérgico Daniel Craig) como também aproveitou a oportunidade para apagar por completo sua cronologia pregressa de vinte filmes, valendo-se de uma chance para uma modernização completamente audaz –a idéia já vinha aparecendo tímida nos filmes de 007 desde que Timothy Dalton tinha assumido nos anos 1980, mas o peso do passado impedia uma repaginação ideológica completa.
Os produtores então souberam aproveitar o fato de que o primeiro livro do criador, Ian Fleming, “Casino Royale”, teve seus direitos autorais recuperados (foi feita uma adaptação bastarda e debochada desse livro nos anos 1960, onde David Niven interpretava a versão mais cômica até hoje de James Bond) assim como o súbito interesse por uma “versão oficial” surgiu depois de uma declaração de Quentin Tarantino de que gostaria de dirigir uma adaptação de “Casino...” onde fossem resgatados a seriedade e a visceralidade que perderam-se nas produções cada vez mais pirotécnicas das últimas décadas.
Ironia: Esse reinício, que supostamente visa uma atualização do conceito, de certa maneira também resgata elementos que a série e o personagem tinham em seu começo.
O que se vê, portanto, aqui é uma origem onde James Bond ressurge modernizado amparado em conceitos atuais e muito mais realistas, ainda que preserve muito da identidade do personagem (o quê faz lembrar justamente os primeiros e mais vigorosos filmes da série). 
Esse entendimento, não só do personagem como também do sentido e significado de toda a franquia, se deve em razão do conhecimento de causa do diretor Martin Campbell (realizador, aliás, de “007 Contra Goldeneye”, justamente o filme que introduziu Pierce Brosnan), e certamente pela qualidade superlativa do roteiro assinado, entre outros, por Paul Hagis (de “Crash-No Limite”). 
O resultado é um filme de ação magistral.

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