Grupo de homens discute sobre sexo e
relacionamentos em meio aos preparativos do que parece ser um jantar, enquanto
que paralelamente, outro grupo, desta vez composto por mulheres, durante uma
discussão parecida fala da hipocrisia dos homens enquanto também elas se
preparam para algo.
Ambos os grupos reúnem pessoas acadêmicas e
intelectuais, e suas opiniões acerca dos relacionamentos modernos são quase
sempre acompanhadas de analogias, às vezes até políticas.
Quando os dois grupos se
encontram, o resultado é devastador. O diretor Denis Arcand caiu nas graças da
crítica em meio à década de 1980 devido a este compêndio curioso de pensamentos
correntes e observações da civilização moderna, embora seu texto por vezes se
torne complexo e ambicioso demais, e no fim das contas, enfadonho.
O segundo filme (de 2003) concentra-se um pouco
mais na figura de Remy, outrora um respeitado e boêmio professor canadense, mas
que está morrendo. Ele deve passar seus últimos dias no leito de hospital.
Entretanto, seu filho, a despeito da relação tumultuada que têm, pretende
reuní-lo com seus grandes amigos uma última vez, e valer-se de seus recursos
para estender um pouco mais seus dias de vida.
A continuação de "O Declínio do Império
Americano", mostra a agridoce e nostálgica reunião dos mesmos personagens
vinte anos depois. Melhorado em termos narrativos, é mais palatável do que
"Declínio" por trazer uma discussão mais mundana em termos de sonhos,
realização e vida do que o complexo debate existencial e político do filme
anterior.
Talvez essa busca por uma visão mais
descontraída da vida (ou daquilo que dela foi vivido), visível nos diálogos
entre os personagens, possa ter influenciado também o próprio Denis Arcand, que
terminou fazendo deste um filme de emoções mais acessíveis e universais.
Eu aplaudo este resultado
que merecidamente ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário