Me dei conta que, na resenha de
"Trapaça", deixei de mencionar outro filme do início da carreira de
David O' Russell: "A Mão do Desejo" um trabalho estranho,
independente, sobre um jovem que, resumindo grosseiramente, pratica incesto com
sua mãe.
Por esse ângulo, é bastante evidente o grande
interesse que O' Russell demonstra em sua filmografia por lunáticos, ou no
mínimo, sua irrestrita simpatia pela loucura.
Isso fica muito claro na sua adaptação cinematográfica para o best-seller "O Lado Bom da
Vida", de Matthew Quick; um livro que já era, também ele, uma declaração de amor à disfunção e à loucura.
Ironicamente, O' Russell expressa essa sua simpatia adulteram radicalmente as situações (e até mesmo personagens) do livro, modificando bastante o material.
É, porém, com propriedade que ele o faz: A narrativa do filme sana todas as incongruências do livro enxugando seus eventos e dando-lhes um arco sólido e bem equilibrado.
Ironicamente, O' Russell expressa essa sua simpatia adulteram radicalmente as situações (e até mesmo personagens) do livro, modificando bastante o material.
É, porém, com propriedade que ele o faz: A narrativa do filme sana todas as incongruências do livro enxugando seus eventos e dando-lhes um arco sólido e bem equilibrado.
Após oito meses, Pat Solitano (Bradley Cooper, surpreendendo num papel que devia ter sido de Mark Walhberg)) sai do hospital
psiquiátrico onde esteve internado depois da catastrófica crise bipolar que o
colocou lá, e retoma o convívio com os pais (Robert De Niro e Jackie Weaver) junto dos quais vai morar e com seus
amigos, planejando inclusive reatar com a esposa Nikki, que nunca mais viu
desde então. Mas, ao que tudo indica, o caminho para se tornar alguém melhor, e
assim chegar até Nikki, passa por ajudar a tresloucada Tiffany (Jennifer Lawrence, encantadora), o quê inclui
ser seu parceiro num vindouro concurso de dança.
O' Russell era, por toda
sua experiência, o cara perfeito para transpor o livro de Mathew Quick para o
cinema, terminou realizando uma adaptação travessa e um tanto livre da obra,
onde seu estilo pouco usual obtem resultados brilhantes (não a toa, teve oito
indicações ao Oscar, feito um tanto raro para comédias). Como costuma ocorrer
num filme de O' Russell, o elenco é um caso à parte: Bradley Cooper nunca
esteve tão bem; De Niro ressurge formidável em cena, após muito tempo sem
entregar uma atuação notável; mas o que rouba o show é a interpretação
convincente e hipnótica de Jennifer Lawrence, que por este filme venceu o Oscar
de Melhor Atriz num ano em que a categoria tinha concorrentes brilhantes,
embora Jennifer seja, a rigor, coadjuvante de Bradley Cooper como todos os
outros personagens (ainda que roube totalmente a cena dele...).
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