sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Perfect Blue

Um dos referenciais da carreira do genial Satoshi Kon (um animador com técnica e habilidade de cineasta de filmes live-action) e também da própria concepção adulta de animações japonesas, este arrojado "Perfect Blue" não foi lançado no Ocidente inclusive porque o diretor Daren Aranofsky comprou os direitos de sua distribuição para então valer-se de seu amontoado absurdamente genial de ideias para compor muitos dos mais exuberantes títulos de sua filmografia: É possível enxergar influências fortíssimas de "Perfect Blue" em "Requiem Para Um Sonho" e, mais explicitamente, "Cisne Negro".
Integrante de um aclamado e popular conjunto de pop-rock, jovem estrela decide abandonar o grupo pelo qual é conhecida, para tentar uma espécie de carreira artística solo, o quê inclui uma tentativa mal sucedida de emplacar como atriz, e o início de uma possível decadência profissional. 
Sua trajetória, ao mesmo tempo em que é mostrada de maneira notadamente subjetiva é também ocasionalmente assistida do ponto de vista de um fã de tendências, no mínimo, obsessivas, cujas atitudes podem sair do controle.
 Gradativamente, sua história torna-se mais sórdida, mais cruel, mais nebulosa, e mais enigmática, levantando questões perturbadoras sobre o limite real da lucidez e da insanidade.
 Esta brilhante animação do mestre Satoshi Kon, não é nem um pouco recomendável para crianças. 
Sua narrativa, tão tensa quanto surreal, é de um brilho que chega a eclipsar muitos filmes adultos de suspense ocidentais, e seu desfecho misterioso, não só modifica muito da percepção que tínhamos de tudo que estávamos assistindo, como também faz com que a história fique em nossa cabeça por dias a fio.

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