domingo, 29 de novembro de 2015

O Grupo Baader - Meinhof

Na década de 1960, um grupo formado de jovens idealistas alemães monta um movimento político extremista, exigindo atenção das autoridades por meio de crimes e atentados menores liderados, pelos jovens e anárquicos Andreas Baader e Gudrun Ensslin, aos quais logo se junta a racional jornalista Ulrike Meinhof, impelidos por uma conscientização de que, sendo eles alemães, é de sua natureza (e obrigação de sua geração, subseqüente àquela que presenciou a Alemanha Nazista) confrontar toda a expressão de autocracia no mundo. 
Pouco a pouco, esses jovens cada vez mais marginalizados levam até as últimas consequências a tentativa de romper um possível fascismo, culminando com a prisão de seus mentores, e a substituição deles por outras lideranças, dando ao grupo que fundaram um novo, e brutal, propósito, que para bem e para o mal, tem absoluta sintonia com as transformações ideológicas vividas pelo mundo então. 
Esta magnífica reconstituição da história do grupo revolucionário que terminou originando o próprio conceito de terrorismo no mundo moderno aborda tantas ramificações e implicações que se faz inevitável terminar o filme desprovido de um sentimento de encerramento, como se a questão estivesse (e de fato está) muito longe de terminar, e certamente, deve ter sido essa a intenção. 
Nada como diretores estrangeiros em geral, para abordar assuntos que, com um tratamento norte-americano, soaria xenófobo, redundante e demagógico. Na direção soberba de Uli Edel, o equilíbrio perfeito de ritmo, detalhamento histórico e brilhantes atuações que ele encontra são alicerces firmes para uma discussão que ele incita no próprio expectador: A de entender seu papel no urgente cenário de atualidade política que se desenha, e que interfere, sempre de maneira contundente, na vida que levamos.
Um filmaço poderoso e necessário, que precisa ser descoberto.

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