Na década de 1960, um grupo formado de jovens
idealistas alemães monta um movimento político extremista, exigindo atenção das
autoridades por meio de crimes e atentados menores liderados, pelos jovens e
anárquicos Andreas Baader e Gudrun Ensslin, aos quais logo se junta a racional
jornalista Ulrike Meinhof, impelidos por uma conscientização de que, sendo eles
alemães, é de sua natureza (e obrigação de sua geração, subseqüente àquela que
presenciou a Alemanha Nazista) confrontar toda a expressão de autocracia no
mundo.
Pouco a pouco, esses jovens cada vez mais
marginalizados levam até as últimas consequências a tentativa de romper um
possível fascismo, culminando com a prisão de seus mentores, e a substituição
deles por outras lideranças, dando ao grupo que fundaram um novo, e brutal,
propósito, que para bem e para o mal, tem absoluta sintonia com as
transformações ideológicas vividas pelo mundo então.
Esta magnífica reconstituição da história do
grupo revolucionário que terminou originando o próprio conceito de terrorismo
no mundo moderno aborda tantas ramificações e implicações que se faz inevitável
terminar o filme desprovido de um sentimento de encerramento, como se a questão
estivesse (e de fato está) muito longe de terminar, e certamente, deve ter sido
essa a intenção.
Nada como diretores estrangeiros em geral, para
abordar assuntos que, com um tratamento norte-americano, soaria xenófobo,
redundante e demagógico. Na direção soberba de Uli Edel, o equilíbrio perfeito
de ritmo, detalhamento histórico e brilhantes atuações que ele encontra são alicerces
firmes para uma discussão que ele incita no próprio expectador: A de entender
seu papel no urgente cenário de atualidade política que se desenha, e que
interfere, sempre de maneira contundente, na vida que levamos.
Um filmaço poderoso e
necessário, que precisa ser descoberto.
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