Os olhos de Marion Cotillard sempre refletem as
motivações das mulheres que interpreta. Uma das mais belas e melhores atrizes
da França, ela mostrou-se, nos mais variados filmes dos quais participou, capaz
de entender e perscrutar o âmago de suas personagens, e deles extrair o
princípio básico que os define, para refleti-los então na forma da emoção de
prevalece em seus olhares expressivos. Qual diretor não teria vontade de
trabalhar com uma atriz como essa?
Já, o diretor Jacques Audiard, é um mestre no
relato depurado da trajetória de seus heróis. Ele captura dramas aleatórios,
emblemáticos ou pragmáticos, significativos muitas vezes, para o próprio cinema
que exerce, e deixa que a câmera apaixone-se por seus percalços, registrando-os
um a um. Assim foi em “De Tanto Bater, Meu Coração Parou”, e no vigoroso “O
Profeta”. E não é muito diferente neste “Ferrugem e Osso”. Qual ator ou atriz
não teria vontade de trabalhar com um diretor como esse?
Dessa forma, da junção da excelência de Marion
Cotillard com o brilhantismo de Jacques Audiard, surge este grande filme, que
além dos dois, nos brinda com a sensacional presença de Matthias Schoenaerts,
que soa como uma revelação.
Uma adestradora de baleias sofre um grave
acidente durante uma apresentação, o quê lhe custa as duas pernas.
Paralelamente, um lutador de lutas ilegais tenta reerguer-se financeiramente
para poder sustentar o filho pequeno. A trajetória desdes personagens logo irá
se cruzar, indicando a ambos um caminho de superação a ser seguido.
Com essa trama feita de
encontros e desencontros, Audiard torna a valer-se de sua verve apurada para
contar, desta vez, uma história de amor; o amor da adestradora pela liberdade
que encontra nas águas; o amor que o lutador irá descobrir por seu filho; o
amor dele por ela, e o do próprio Audiard por todos esses personagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário