domingo, 29 de novembro de 2015

Ferrugem e Osso

Os olhos de Marion Cotillard sempre refletem as motivações das mulheres que interpreta. Uma das mais belas e melhores atrizes da França, ela mostrou-se, nos mais variados filmes dos quais participou, capaz de entender e perscrutar o âmago de suas personagens, e deles extrair o princípio básico que os define, para refleti-los então na forma da emoção de prevalece em seus olhares expressivos. Qual diretor não teria vontade de trabalhar com uma atriz como essa? 
Já, o diretor Jacques Audiard, é um mestre no relato depurado da trajetória de seus heróis. Ele captura dramas aleatórios, emblemáticos ou pragmáticos, significativos muitas vezes, para o próprio cinema que exerce, e deixa que a câmera apaixone-se por seus percalços, registrando-os um a um. Assim foi em “De Tanto Bater, Meu Coração Parou”, e no vigoroso “O Profeta”. E não é muito diferente neste “Ferrugem e Osso”. Qual ator ou atriz não teria vontade de trabalhar com um diretor como esse? 
Dessa forma, da junção da excelência de Marion Cotillard com o brilhantismo de Jacques Audiard, surge este grande filme, que além dos dois, nos brinda com a sensacional presença de Matthias Schoenaerts, que soa como uma revelação. 
Uma adestradora de baleias sofre um grave acidente durante uma apresentação, o quê lhe custa as duas pernas. Paralelamente, um lutador de lutas ilegais tenta reerguer-se financeiramente para poder sustentar o filho pequeno. A trajetória desdes personagens logo irá se cruzar, indicando a ambos um caminho de superação a ser seguido. 
Com essa trama feita de encontros e desencontros, Audiard torna a valer-se de sua verve apurada para contar, desta vez, uma história de amor; o amor da adestradora pela liberdade que encontra nas águas; o amor que o lutador irá descobrir por seu filho; o amor dele por ela, e o do próprio Audiard por todos esses personagens.

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