Havia bastante potencial na premissa: Três anos
após o acidente que matou sua mãe, uma jovem é convidada para a apresentação do
único filme pelo qual ela, que era atriz de cinema, foi reconhecida, um terror
de quinta categoria, nos mesmos moldes da série “Sexta-Feira 13”. Durante a
projeção, o cinema pega fogo e, ao tentar fugir do incêndio, ela e outros
quatro amigos passam por uma fenda na tela, a fim de ir para os fundos da sala
de cinema. Só que, ao invés disso, eles entram no próprio filme (!). Dessa
forma, a jovem tem a oportunidade de resolver certas pendências no
relacionamento com sua mãe que, é sempre bom lembrar, está nesse filme, embora
não a reconheça, já que ela é uma das personagens. O problema é que eles estão
num filme de terror, onde todos os personagens eventualmente irão morrer pelas
mãos de um assassino estilo Jason Voorhees. Contudo, eles decidem valer-se de
seus conhecimentos como expectadores desses mesmo filmes para driblar os
inevitáveis clichês que surgirão, e deles valer-se para conseguir sobreviver
até o final do filme, e voltar para o mundo real.
Quando li a respeito de “Final Girls” fiquei
entusiasmado, quantas possibilidades! Uma comédia de metalinguagem justamente
sobre um dos sub-gêneros cinematográficos que mais se presta à paródia: o slash
movie, ao qual o distinto “Sexta-Feira 13” pertence. E ainda por cima com a
maravilhosa (e normalmente pouco aproveitada) Malin Ackerman.
Contudo, desperdício é a
palavra que mais aparece nas minhas impressões sobre esta produção. Não só
Malin Ackerman está sub-aproveitada aqui, em detrimento da protagonista, Tayssa
Farmiga (uma tanto inexpressiva, e um bocado também irritante com suas
respostas monossilábicas), bem menos interessante do que sua talentosa irmã
mais velha, Vera Farmiga, como também essa ótima premissa rende pouco mais que
uma ou outra piada rasteira aqui e ali. Em muitos momentos, e na maneira como
muitas das cenas são elaboradas, tem-se a sensação de que roteiro e direção
queriam emular o estilo de sátira aplicado no pra lá de genial “Todo Mundo
Quase Morto”, mas uma coisa é querer fazer igual àquele filme, e outra, bem
diferente, é ter o talento do diretor Edgar Wright. Uma pena, eis aí uma boa
idéia que terminou morrendo na praia.
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