Denis Villeneuve é uma força cinematográfica. E
"Incêndios" é provavelmente o filme pelo qual ele passou a ser reconhecido,
o que o habilitou para aventurar-se em projetos que deram maior visibilidade ao
seu talento e a sua visão particular dos percalços humanos.
Um casal de gêmeos canadense, mas cujas raízes
familiares remetem ao Oriente Médio, descobre o inusitado pedido de sua mãe
deixado em testamento após sua morte: Encontrar o pai (que não conhecem) e o
irmão (que também não conhecem) para entregar-lhes, a cada um, uma carta.
E só então, poderem abrir, eles mesmos, uma
carta reservada a eles.
O processo de regressar ao Oriente Médio, e
descobrir a identidade desses familiares até então desconhecidos, é também, a
elucidação de um mistério que envolve eles próprios, bem como a descoberta de
um segredo desconcertante.
"Incêndios" foi indicado ao Oscar de
Melhor Filme Estrangeiro em 2011, perdendo para o dinamarquês "Em Um Mundo
Melhor", um trabalho infinitamente mais acadêmico e mais comedido. Mas,
era improvável mesmo que a Academia premia-se um trabalho tão audacioso e
atencioso acerca dos recantos lúgubres das atitudes do homem.
Para se ter uma ideia do impacto, a revelação
final de "Incêndios" rivaliza com a do "Old Boy" original
(e talvez, mesmo isso, já seja revelar demais sobre o filme).
Depois dessa obra poderosa, Villeneuve
realizou, em solo americano, o formidável "Os Suspeitos" (não
confundir com a obra-prima de Bryan Singer, de 1995), e em seguida o desafiador
"O Homem Duplicado", e o elogiadíssimo "Sicario".
Atualmente, dedica-se a um
projeto que pode colocar seu nome em definitivo na histório do cinema: uma continuação
de "Blade Runner" produzida pelo próprio Ridley Scott.
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