quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Incêndios

Denis Villeneuve é uma força cinematográfica. E "Incêndios" é provavelmente o filme pelo qual ele passou a ser reconhecido, o que o habilitou para aventurar-se em projetos que deram maior visibilidade ao seu talento e a sua visão particular dos percalços humanos.
Um casal de gêmeos canadense, mas cujas raízes familiares remetem ao Oriente Médio, descobre o inusitado pedido de sua mãe deixado em testamento após sua morte: Encontrar o pai (que não conhecem) e o irmão (que também não conhecem) para entregar-lhes, a cada um, uma carta.
E só então, poderem abrir, eles mesmos, uma carta reservada a eles.
O processo de regressar ao Oriente Médio, e descobrir a identidade desses familiares até então desconhecidos, é também, a elucidação de um mistério que envolve eles próprios, bem como a descoberta de um segredo desconcertante.
"Incêndios" foi indicado ao Oscar de Melhor Filme Estrangeiro em 2011, perdendo para o dinamarquês "Em Um Mundo Melhor", um trabalho infinitamente mais acadêmico e mais comedido. Mas, era improvável mesmo que a Academia premia-se um trabalho tão audacioso e atencioso acerca dos recantos lúgubres das atitudes do homem.
Para se ter uma ideia do impacto, a revelação final de "Incêndios" rivaliza com a do "Old Boy" original (e talvez, mesmo isso, já seja revelar demais sobre o filme).
Depois dessa obra poderosa, Villeneuve realizou, em solo americano, o formidável "Os Suspeitos" (não confundir com a obra-prima de Bryan Singer, de 1995), e em seguida o desafiador "O Homem Duplicado", e o elogiadíssimo "Sicario".
Atualmente, dedica-se a um projeto que pode colocar seu nome em definitivo na histório do cinema: uma continuação de "Blade Runner" produzida pelo próprio Ridley Scott.

Nenhum comentário:

Postar um comentário