O culto ao filme –que só cresceu nas últimas
cinco décadas –ajudou a dar uma aura mítica, e a desenvolver lendas que no
filme em si não chegam a concretizar-se: A mais perene delas, certamente, com
relação a nudez de sua atriz principal, a linda, irresistível e maliciosamente
ingênua Jane Fonda. Ao contrário do que se imagina –e até mesmo do que é
sugerido em cena –ela jamais fica nua de fato, exceto por ombros e costas nuas
nos momentos mais expressivos (como a foto acima). Na verdade, a sequencia
inicial (no qual os créditos aparecem providencialmente para cobrir sua nudez
em meio à um strip-tease) é, talvez, a grande responsável por esse folclore, e
permanece até hoje como o momento mais memorável do filme.
A belíssima Barbarella é um misto de astronauta
e agente secreto no espaço, suas aventuras universo afora a levam para um
planeta longínquo, onde deve capturar o maligno Duran Duran (personagem cujo
nome batizou a banda dos anos 80), que elaborou um plano infalível para dominar
os oprimidos. No ano 40.000 D.C., época em que a história se passa, o ato
sexual é realizado com o encontro das mãos do casal. Um dado irônico uma vez
que o sexo é um elemento muito presente, catalisador inclusive do comportamento
de muitos dos personagens.
O diretor Roger Vadim, fiel ao seu estilo
liberal onde o erotismo era empregado como uma espécie de “fator mercadológico”
naqueles curiosos anos 1960 de revoluções sexuais, e à exemplo de seu trabalho
mais célebre “E Deus Criou a Mulher”, onde revelou a espevitada Brigitte
Bardot, adapta aqui a famosa HQ européia, pródiga, ela própria em subterfúgios
e gags de cunho sexual.
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