segunda-feira, 4 de abril de 2016

A Dupla Vida de Véronique

Podem as vidas serem reflexos umas das outras? É possível esquecer o passado para concentrar-se no futuro? Até que ponto estamos conectados uns aos outros e às nossas inquietações?
Tais questões –que a bem da verdade povoam todos os filmes do grande Kieslowski –surgem com enorme força em “A Dupla Vida de Véronique”.
O filme nos leva a indagar até que ponto a personagem de Irene Jacob (linda e emotiva na medida certa) se desdobra e se divide, para originar essas duas mulheres, Véronique e Weronika, cujas vidas parecem entrelaçadas por sensações, por sentimentos e pela música, mas continuam sempre distintas e distantes.

Como tudo o mais que, por vezes, brota da mente de Kieslowski, seu conto humanista e poético serve também como uma alegoria para a própria Europa, seu povo, e sobretudo, seu subconsciente, as esperanças e anseios que os definem e que os conduzem e à sua história ao longo dos anos. Na maestria de seu intimismo, Kieslowski ousa, portanto, sondar as angústia de sua terra.

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