Em 1999, a Disney fechou um acordo com os
herdeiros de Edgar Rice Burroughs por meio do qual poderiam colocar, em uma de
suas festejadas animações para cinema, o grande personagem do escritor, o
imortal homem criado entre macacos.
Lançado naquele ano, o longa-metragem de animação
honrava o legado tanto de Burroughs, o escritor, e a maneira fluida como
imaginou em seus livros os movimentos e as ações de Tarzan, impraticáveis para
uma encenação live action (para não dizer, o senso de humanismo e os valores
morais que acompanhavam a sua história), como também o legado de Walt Disney,
impondo-se como uma das melhores e mais saborosas animações surgidas de seus estúdios.
Ainda bebê, Tarzan fica aos cuidados da gorila
Kala, depois que seus pais, após um naufrágio que os leva à selva africana, são
assassinados pela onça Sabor.
De início rejeitado, sobretudo pelo truculento
líder, Kerchak, o pequeno Tarzan cresce e se adapta aos percalços da vida na
selva, tornando-se quase um líder entre os animais. Mas, certo dia, ele
descobre que existem outros humanos como ele, ao conhecer a bela Jane Porter,
por quem Tarzan se apaixona, o pai dela, Dr. Porter, e o perverso caçador,
Clayton.
Realizado com esmero cinematográfico, este
“Tarzan” é um primor narrativo do início ao fim, conseguindo até mesmo o
milagre de apresentar canções -arranjadas e interpretadas por Phil Colins -que funcionam como poderosas ferramentas
narrativas (impossível não se empolgar ao som de “Grande Homem”, ou se
emocionar com “Estranhos Como Eu”), e obtendo um jogo de cores tão esplêndido e
exuberante que mesmo hoje, passados dezessete anos depois de seu lançamento (e
mesmo diante das arrojadas animações por computação da atualidade) continua
fascinante e novo em folha!
A premissa, concebida por Burroughs, é
transposta com cuidado e refinamento para a tela, rendendo um sem fim de
instantes de encher os olhos, tudo isso, emoldurando uma trama vibrante e
elaborada, com personagens cativantes, onde a Disney tem a audácia de falar
sobre sentimentos complexos como traição, rejeição, desapego, valores de
tradição, medo e obrigações familiares.
Uma das obras-primas inquestionáveis da Disney.
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