sexta-feira, 15 de julho de 2016

Tarzan

   Em 1999, a Disney fechou um acordo com os herdeiros de Edgar Rice Burroughs por meio do qual poderiam colocar, em uma de suas festejadas animações para cinema, o grande personagem do escritor, o imortal homem criado entre macacos.
   Lançado naquele ano, o longa-metragem de animação honrava o legado tanto de Burroughs, o escritor, e a maneira fluida como imaginou em seus livros os movimentos e as ações de Tarzan, impraticáveis para uma encenação live action (para não dizer, o senso de humanismo e os valores morais que acompanhavam a sua história), como também o legado de Walt Disney, impondo-se como uma das melhores e mais saborosas animações surgidas de seus estúdios.
   Ainda bebê, Tarzan fica aos cuidados da gorila Kala, depois que seus pais, após um naufrágio que os leva à selva africana, são assassinados pela onça Sabor.
   De início rejeitado, sobretudo pelo truculento líder, Kerchak, o pequeno Tarzan cresce e se adapta aos percalços da vida na selva, tornando-se quase um líder entre os animais. Mas, certo dia, ele descobre que existem outros humanos como ele, ao conhecer a bela Jane Porter, por quem Tarzan se apaixona, o pai dela, Dr. Porter, e o perverso caçador, Clayton.
   Realizado com esmero cinematográfico, este “Tarzan” é um primor narrativo do início ao fim, conseguindo até mesmo o milagre de apresentar canções -arranjadas e interpretadas por Phil Colins -que funcionam como poderosas ferramentas narrativas (impossível não se empolgar ao som de “Grande Homem”, ou se emocionar com “Estranhos Como Eu”), e obtendo um jogo de cores tão esplêndido e exuberante que mesmo hoje, passados dezessete anos depois de seu lançamento (e mesmo diante das arrojadas animações por computação da atualidade) continua fascinante e novo em folha!
   A premissa, concebida por Burroughs, é transposta com cuidado e refinamento para a tela, rendendo um sem fim de instantes de encher os olhos, tudo isso, emoldurando uma trama vibrante e elaborada, com personagens cativantes, onde a Disney tem a audácia de falar sobre sentimentos complexos como traição, rejeição, desapego, valores de tradição, medo e obrigações familiares.

   Uma das obras-primas inquestionáveis da Disney.

Nenhum comentário:

Postar um comentário