sexta-feira, 19 de agosto de 2016

Batman - A Piada Mortal

O departamento de animação da DC Comics –por vezes mais bem sucedido que seu setor de cinema –ousou adaptar um dos maiores clássicos dos quadrinhos: A HQ homônia concebida pela mente revolucionária do escritor Alan Moore e pelo traço minimalista de Brian Bolland.
Mas, como toca a todo processo de conversão de uma trama para outra mídia e outra linguagem, a história de “A Piada Mortal” (que resumia-se à um breve e intenso conto sobre o extremismo identificado entre os antagonistas Batman e Coringa, jogando um pouco de luz sobre as possíveis origens deste último) precisou ser estendida para que se atingisse uma duração satisfatória em face de todo o trabalho que a adaptação daria. A saída do roteirista Brian Azzarello foi criar um prólogo que ilustrava melhor a personagem da Batgirl e sua conflituosa relação com o Batman (Batgirl é, a título de informação, uma presença fundamental para o desenlace trágico e marcante que “A Piada Mortal” gerou nos quadrinhos).
E aí, nessa primeira parte inédita e supostamente complementar, estão as grandes razões de controvérsia para com esta animação: Bárbara Gordon, a Batgirl é, na concepção rasteira que o roteiro de Azzarello lhe confere, uma protagonista instável, inconseqüente, erroneamente sexualizada e passível de inúmeras falhas que a revestem de uma infantilidade que não combina com as características apresentadas na segunda parte da trama, aquela que é extraída originalmente do texto de Alan Moore.
Parece que o mero fato de darem a ela mais tempo de cena do que ao próprio Batman já justifica o argumento dos roteiristas em fazer dela uma personagem forte.

Apesar desse imenso tropeço, a animação é mais bem resolvida e mais fiel aos quadrinhos e à seus personagens que os dois últimos trabalhos cinematográficos oriundos do universo DC.

Nenhum comentário:

Postar um comentário