quarta-feira, 26 de outubro de 2016

Garota Sombria Caminha Pela Noite

Ao lado do primoroso exemplar sueco “Deixe Ela Entrar”, de Thomas Alfredson, este é um filme que ousa contrapor o mito dos vampiros à uma trama rebuscada que, no fim, revela-se uma história de amor. Se tais elementos –que escapam completamente à comparação com “Crepúsculo” –já conferem ao filme uma característica inusitada reforçada pela beleza e dramaticidade da fotografia em preto & branco, essa estranheza é quase garantida por sua distinção territorial: Estamos no Irã, numa cidadezinha desolada de nome Bad City (as locações, contudo, se deram nos EUA, mesmo...), onde uma vampira aparentemente jovem e de aspecto ligeiramente andrógino sai todas as noites à procura de vítimas anônimas para suprir sua necessidade de sangue.
A aparência inofensiva dela é um de seus muitos trunfos.
Tal é a atmosfera apoteótica que cerca a cidadezinha que seus habitantes circulam, indiferentes, ao redor de um imenso buraco onde são jogados cadáveres daqueles que morreram –muitos deles, vítimas da vampira!
Paralelamente, acompanhamos a desiludida rotina de Arash, um garoto cujo esforço e as boas intenções (ele trabalha duro para saudar as dívidas que o próprio pai contraiu com o traficante local, enquanto busca desintoxicá-lo dentro de casa do vício em drogas) não conseguem impedi-lo de continuar no mesmo ciclo vicioso de mediocridade no qual parece afundar sua existência suburbana.

Do encontro entre Arash e a vampira floresce um despertar que sutilmente parece ser capaz de mudar tudo.

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