Ou “Tudo Por Ela”, título nacional que (além de
pertencer também a outro filme francês, com Diane Kruger) é preguiçoso e
bastante sintomático do descaso que a distribuidora aparentemente devia ter
para com este filme, uma pérola de humor negro e brilhantismo cuja fama cresceu
com o boca-a-boca positivo das platéias já nos festivais em que foi lançado em
2006.
O diretor Jonathan Levine, depois, realizaria
outros êxitos, todos discorridos em gêneros diferentes (como a elogiada comédia
dramática “50 %” e o pastiche de “Crepúsculo” –ainda que com um pouco mais de
qualidade –“Meu Namorado É Um Zumbi"), o que talvez tenha ajudado a manter
seu nome conhecido mais em nichos alternativos. Este, todavia, continua sendo
seu melhor trabalho.
A grande sacada de “Mandy Lane” é construir uma
atmosfera de terror amparada sempre em sua narrativa e na capacidade de
sustentar as mais inesperadas atmosferas a partir de suas cenas. Uma
demonstração de inventividade que supera seu baixo orçamento e qualquer
tendência ocasional do roteiro em render-se a uma convenção de gênero.
O filme se concentra em Mandy Lane (a belíssima
Amber Heard, revelada aqui, mas que ficou famosa mesmo pelo casamento
tumultuado com o astro Johnny Depp) a garota mais linda e cobiçada da escola
–tão mais atraente pelo fato de que aparenta exibir uma certa indiferença em
relação a isso.
A chance para alguns rapazes –ou até algumas
moças –conquistarem sua afeição surge durante o quê parece ser um inocente fim
de semana numa casa de campo: Cenário perfeito e apropriado, como todos sabem,
para um filme de terror.
A graça é perceber o tempo todo a
auto-consciência da direção em relação á isso, e dela construindo as mais
divertidas e interessantes cenas, mesmo que isso signifique apelar
ocasionalmente para elementos que tornam o gênero indigesto para o menos afoitos,
como sanguinolência e mutilação, além dos propósitos sempre pouco elucidativos
das mortes.
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