Filmes de Yakuza sempre foram populares no
Japão, e o diretor Seijun Suzuki, contratado padrão do estúdio Nikkatsu, passou
as décadas de 1960 e 70 realizando por lá muitos deles. Mas, Suzuki tinha um
diferencial: Era um diretor perspicaz e inventivo, qualidades que sempre
moldavam uma nova percepção sobre suas obras, hoje cultuadas e melhor
observadas.
Neste interessantíssimo exemplar de sua
filmografia, Suzuki relata o tortuoso dia a dia de um assassino de aluguel (Joe
Shishido, que também trabalhou com Suzuki em “Portal da Carne”), nomeado como o
número 3, em eficácia e habilidade por seus contratantes da yakuza. Mas, devido
à um lapso de consciência dele, que o leva a fracassar em uma missão, ele se
torna alvo justamente do assassino número 1, o quê lhe faz experimentar uma
circunstância inédita de uma atividade que ele achava conhecer tão bem.
É preciso que o expectador
ajuste sua percepção ao estilo iconoclasta de Seijun Suzuki. Ele é adepto de
passagens irônicas que subvertem o andamento dramático de sua narrativa
causando uma premeditada sensação de estranhamento.
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