“Eu me lembro de tudo!”
Esta é a primeira frase deste filme, já
deixando bem claro para o expectador as circunstância nas quais encontraremos o
protagonistas, tantos anos depois do último filme, “O Ultimato Bourne”, que
pensávamos ter sido o final da franquia.
Entretanto, alguns fatores levaram Matt Damon e
Paul Greengrass, ator e diretor, a se reunirem para fazer este novo filme, o
quarto com o personagem de Jason Bourne, criado pelo escritor Robert Lundlum,
mas tornado inesquecível em sua personificação cinematográfica, graças à
atuação de Damon e à direção de Greengrass, com seu estilo peculiar e
documental a ressaltar as qualidades superlativas da montagem meticulosa e
ágil, e a fotografia carregada de vibração e urgência –vale lembrar que há o
outro filme, “O Legado Bourne”, com Jeremy Renner, e dirigido por Tony Gilroy
que tentou iniciar uma série derivada sem a presença de Matt Damon.
Pois bem, agora Jason Bourne está de volta, e
ele lembra de tudo! Mas, (e esse é o esperto ponto de partida por meio do qual
Greengrass retoma sua franquia) lembrar não significa necessariamente saber de
tudo. E Bourne descobrirá que o Projeto Treadstone (cujas circunstâncias mais
ilícitas ele conseguiu tornar públicas no filme anterior) deu lugar à um novo
plano da CIA, intitulado Iron Hand, com implicações técnicas que põem em risco
a liberdade privada dos cidadãos comuns. Tais informações chegam até Bourne por
meio de uma personagem conhecida dos outros filmes: A analista Nicky,
interpretada por Julia Stiles, que surge aqui atuando contra a Agência –numa
das inúmeras referências ao caso de Edward Snowden. Novamente, Bourne se vê
obrigado a usar suas habilidades prodigiosamente físicas para impedir a
concretização dos planos do atual diretor da CIA, o venal Robert Dewey (Tommy
Lee Jones, excelente), enquanto tem contas pessoais a ajustar com um agente colocado
em seu encalço (personagem de Vincent Cassell, que viveu um espião de características
um pouco parecidas no filme de espionagem europeu “Agente Secreto”, ao lado de
sua então esposa, Monica Bellucci).
Outra personagem –talvez, a mais relevante –a
movimentar a trama, é a agente Heather Lee, interpretada com refinamento e
brilho pela jovem Alicia Vikander, a ganhadora do Oscar de Melhor Atriz Coadjuvante
deste mesmo ano, por “A Garota Dinamarquesa”.
Se houver uma continuação, é muito provável que
a personagem de Alicia esteja lá, tal o abalo sísmico de importância que a
presença dela aqui provoca da trama da série como um todo.
Tão bem escrita e bem interpretada ela é, que
corremos o risco de achar que trata-se de uma personagem ainda mais apurada e
sensacional que o protagonista Bourne.
Não é: O magnífico desfecho
elaborado por Greengrass trata de deixar bem claro que é o Bourne de Matt
Damon, definitivamente, o grande personagem do filme.
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