1939 é tido como o mais extraordinário ano para
a história do cinema norte-americano. Foi um período frutífero de onde surgiram
alguns dos maiores clássicos de Hollywood: “E O Vento Levou”, “Gunga Din”,
“Ninotchka” e “No Tempo das Diligências”, só para citar alguns exemplos. Entre
eles, estava também “O Mágico de Oz”.
Embora dirigido por Victor Fleming –creditado
também como diretor de “E O Vento Levou”, sendo responsável por uns sessenta
por cento daquele material –este filme tem sua gênese criativa ligada diretamente
à capacidade do produtor, Melvyn Le Roy, em orquestrar as inúmeras e
complicadas facetas técnicas da produção. Sabe-se que não foi uma bilheteria
expressiva em seu lançamento, não apenas por causa da enorme concorrência de
outros grandes filmes, mas porque representou um orçamento caríssimo à época. À
despeito desse detalhe, esta obra entra com pompa e circunstância na seleta
lista dos filmes que conseguiram superar o teste do tempo.
Aborrecida com a vida bucólica em uma fazenda
no Kansas, a jovem Dorothy (Judy Garland, perfeita no papel) deseja ir a um
lugar mais animado, ao que é atendida quando um furacão a leva, junto de seu
cãozinho Totó, para o mundo surpreendente e colorido de Oz –nota-se que pouca
coisa neste trabalho envelheceu, quando mesmo a espirituosa manobra narrativa
de iniciar o filme em preto & branco (ou, mais precisamente, em tom sépia),
para só ganhar o esplendor do Technicolor
quando a protagonista chega na Terra de Oz, hoje ganha mais em charme do
que em anacronismo.
Em Oz, a única forma de Dorothy retornar ao lar
é requisitar o auxílio do poderoso e lendário mágico (Frank Morgan), que vive
na Cidade Esmeralda ao fim da estrada de tijolos amarelos. Enquanto tenta
chegar lá, ela arruma a companhia de um espantalho (o divertido Ray Bolger)
desejoso de um cérebro, um homem de lata (Jack Haley) em busca de um coração, e
um leão covarde (Bert Lahr) à procura de coragem, bem como também o antagonismo
da rancorosa bruxa do oeste (a ótima Margaret Hamilton).
Clássico absoluto do cinema
é um filme de inúmeros deslumbres e curiosidades, e não raros elementos de
perversidade, ironia e sarcasmo subentendidos que o sustentam até hoje como uma
das mais formidáveis influências para o gênero de fantasia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário