Tornado um entretenimento cult em meados do ano
de seu lançamento, este inventivo, interessante e divertido thriller norueguês
até hoje ainda existe ante a promessa de que uma refilmagem norte-americana
estaria a caminhho –os americanos, como se sabe, não gostam de ler legendas
(hábito preguiçoso que infelizmente o povo brasileiro adota cada vez mais).
Filmado no já difundido estilo found footage
como "Bruxa de Blair", "Rec", "Cloverfield" e
tantos outros, este trabalho vale-se de uma diferenciada percepção de humor
(notável e patente ao longo do filme todo) ao tratar de um tema tão inusitado,
e destacar-se em meio à exemplares que possam lhe ser genéricos: Não lhe faltam
saudáveis inserções de ironia, sarcasmo e bom humor que, mesclados ao registro
de horror normalmente propício à linguagem do found footage, lhe dão um sabor
especial.
Alunos da faculdade de cinema da Noruega, três
jovens documentaristas enveredam-se pelas florestas geladas de seu país a fim
de registrar imagens para um filme de caráter ecológico, mas conforme colhem
informações e entrevistas a respeito de incidentes e ocorrências nada incomuns
sucedidas lá, eles descobrem que existem trolls de verdade nas matas
norueguesas (!), e que caçar essas perigosas criaturas, por vezes evitando que
sejam descobertas pelas pessoas, é tarefa de um único e heróico personagem
(vivido com serenidade e competência pelo veterano Otto Jespersen): o caçador
de trolls.
Equilibrado entre certo absurdo e uma simulação
estóica de realidade, o filme segue explorando esses aspectos desse ‘mundo
oculto’ dentro do qual o caçador de troll opera –e os desenlaces de sua segunda
metade reservam seqüências realmente antológicas envolvendo a aparição de tais
criaturas.
A cena final faz uma ainda
mais divertida simulação de realidade ao mostrar um breve pronunciamento
televisivo do primeiro-ministro da Noruega, e flagrá-lo admitindo
distraidamente que por lá existem trolls; um trocadilho engraçado que a
produção aproveita para fazer com o embolado idioma norueguês.
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