Após lançar o picareta “Galáxia do Terror” em
1981 –a fim de capitalizar em cima do apelo de “Alien” –o produtor Roger Corman
resolveu reaproveitar partes da cenografia daquele filme (que se resumem a umas
quatro salas e um corredor que aparecem insistentemente) e bancou esta produção
do diretor Allan Holzman, que iniciou com uma idéia ousada, vislumbrando uma
versão espacial para “Lawrence da Arábia”, mas foi tão alterado conforme as
restrições orçamentárias foram desfigurando o projeto que terminou virando mais
um arremedo de “Alien”, pontuado de cenas de nudez gratuita e, para muitos,
inferior até mesmo à produção anterior de Corman.
Num futuro tão mirabolante quanto absurdo, o
viajante espacial Mike Colby (Jessé Vint, vibrante em sua canastrice) é levado para
lá e para cá em sua nave, sempre às voltas com combates espaciais –ou, pelo
menos, é o que dá conta o início prolixo. Seu companheiro é Sam, um robô cujo
designer é tão fuleiro que percebe-se nitidamente tratar-se de alguém vestindo
um capacete (!).
Mike e Sam são então requisitados ao Planeta
Xórbia, em uma espécie de laboratório experimental, onde devem garantir a
segurança dos pesquisadores do lugar.
Algo aconteceu.
Em meio à diversas experiências perpetradas sem
muita ética pelo duvidoso Dr. Gordon (Linden Chiles), uma forma de vida
ascendeu e promoveu uma pequena chacina no laboratório entre as demais
espécimes, para então selar-se dentro de um casulo.
Alguns cientistas estão alarmados como o Dr.
Cal Timbergen (Fox Harris) que passa todo o filme desleixado com o jaleco sujo
de sangue e tossindo. Além dele, lá estão também a Dra. Barbara Glaser (June
Chadwick) que não tarda a jogar charme para cima de Mike, os funcionários Brian
(Raymond Oliver) e Jimmy (Michael Bowen) que, pobre coitado, é a primeira vítima
do monstro, o voyeur Earl (Scott Paulin, de "Os Eleitos") –ele se deleita assistindo a transa de
Mike e Barbara, antes de ele mesmo virar presa do alienígena –e Tracy (a linda
Dawn Dunlap) que, comprovando a fama de ‘garanhão das galáxias’ de Mike, acaba
caindo em seus braços logo na manhã seguinte ao seu interlúdio com Barbara.
E pronto. Este seria mais um ‘slasher’ típico
dos anos 1980, com sua habitual contagem de corpos (nem mesmo o roteiro se
importa em disfarçar o fato de que os personagens estão lá para servir de
vítima para os ataques elaborados do monstrengo), e sua profusão de nudez
gratuita (além da transa entre Mike e Barbara, vemos também uma bela e generosa
cena de Tracy em uma espécie de sauna espacial, ou sei lá como se chama aquilo,
e mais a frente, as duas aparecem juntas e peladas no que parece ser um
chuveiro futurista, ou sei lá como se chama aquilo também), não fosse o fato
curioso de ser ambientado em outro planeta –e isso dar-lhe, portanto, uma
roupagem de ficção científica da qual nunca tira o devido proveito.
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