Via de regra do cinema comercial
norte-americano –pelo menos, desde que a Marvel Studios obteve êxito sem
precedentes com seu ‘universo compartilhado’ –este filme vem a ser um derivado
do sucesso "Invocação do Mal", de James Wan. Nesta primeira tentativa
de estender o conceito de um filme de sucesso para além de outras produções (e
não tenha dúvida de que outras virão), o jovem diretor John R. Leonetti recebe
a missão de potencializar a história da boneca Annabelle (que ocupava cerca de
cinco minutos no início daquele filme) num longa-metragem de pouco mais que uma
hora e meia de duração.
Ainda durante sua gravidez, jovem mãe (a bela
Annabelle Wallis, que depois fez “A Múmia”, com Tom Cruise) testemunha um
massacre brutal em sua casa, cujo resultado envolveu um ritual satânico e uma
boneca de sua coleção. Ao mudar-se para um edifício, ela começa a perceber que
a tal boneca Annabelle, levada junto com eles, a despeito de tudo que
aconteceu, pode estar impregnada de algo muito maligno.
Não tão desenvolto no gênero quanto James Wan,
o diretor Leonetti trabalha com expedientes que não tardam e ficarem óbvios,
insistindo especialmente nas aparições algo forçadas e apelativas de uma
gárgula (!) nas cenas supostamente mais intensas do filme.
Embora seu conceito e os cinco minutos nos
quais aparece no outro filme sugerissem uma produção assustadora nos moldes de
“Brinquedo Assassino” –aquele com o boneco Chucky –o alvo do roteiro e da
direção no que tange à influências diretas é mesmo “O Bebê de Rosemary”, de
Roman Polanski.
É por isso que, devido à excessiva simplicidade
de sua premissa, muito se inventa e se estica para justificar o filme, fazendo
com que diversas cenas soem banais e desnecessárias, contudo assim como
"Invocação do Mal" esta é uma obra feita por realizadores perspicazes
do gênero, ainda que seus sustos pareçam, por vezes, pasteurizados.
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