quinta-feira, 28 de dezembro de 2017

Annabelle

Via de regra do cinema comercial norte-americano –pelo menos, desde que a Marvel Studios obteve êxito sem precedentes com seu ‘universo compartilhado’ –este filme vem a ser um derivado do sucesso "Invocação do Mal", de James Wan. Nesta primeira tentativa de estender o conceito de um filme de sucesso para além de outras produções (e não tenha dúvida de que outras virão), o jovem diretor John R. Leonetti recebe a missão de potencializar a história da boneca Annabelle (que ocupava cerca de cinco minutos no início daquele filme) num longa-metragem de pouco mais que uma hora e meia de duração.
Ainda durante sua gravidez, jovem mãe (a bela Annabelle Wallis, que depois fez “A Múmia”, com Tom Cruise) testemunha um massacre brutal em sua casa, cujo resultado envolveu um ritual satânico e uma boneca de sua coleção. Ao mudar-se para um edifício, ela começa a perceber que a tal boneca Annabelle, levada junto com eles, a despeito de tudo que aconteceu, pode estar impregnada de algo muito maligno.
Não tão desenvolto no gênero quanto James Wan, o diretor Leonetti trabalha com expedientes que não tardam e ficarem óbvios, insistindo especialmente nas aparições algo forçadas e apelativas de uma gárgula (!) nas cenas supostamente mais intensas do filme.
Embora seu conceito e os cinco minutos nos quais aparece no outro filme sugerissem uma produção assustadora nos moldes de “Brinquedo Assassino” –aquele com o boneco Chucky –o alvo do roteiro e da direção no que tange à influências diretas é mesmo “O Bebê de Rosemary”, de Roman Polanski.

É por isso que, devido à excessiva simplicidade de sua premissa, muito se inventa e se estica para justificar o filme, fazendo com que diversas cenas soem banais e desnecessárias, contudo assim como "Invocação do Mal" esta é uma obra feita por realizadores perspicazes do gênero, ainda que seus sustos pareçam, por vezes, pasteurizados.

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