sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

Em Ritmo de Fuga

Ao som de “Belbottoms”, de Jon Spencer Blues Explosion, cujas notas a montagem calibra com primor às seqüências de ação, vemos transcorrer o primeiro e vertiginoso assalto do filme. O motorista atende pelo nome de Baby (Ansel Elgort, demonstrando pleno potencial) e sua perícia hiperlativa para piloto de fuga é construída a partir de um repertório de estranhos e curiosos hábitos –entre eles, o de ouvir música durante os assaltos.
Consta que o diretor Edgar Wright (de “Todo Mundo Quase Morto”, “Chumbo Grosso” e “Scott Pilgrim Contra O Mundo”), um mestre em unir urgência, humor e empatia em narrativas dinâmicas, assistiu ao magnífico “Drive”, de Nicolas Winding Refn, e nele se inspirou tanto que a idéia de todo um novo filme aflorou.
Deveras, há muito em comum entre “Drive” e este “Baby Driver” –o título original –mas, a graça maior está em suas diferenças.
Tudo o que Baby quer é saldar sua dívida com Doc (Kevin Spacey, ameaçador). O quê, no caso, ele não está tão longe assim de fazê-lo: Basta mais um único serviço e ele estará livre para reforçar seu compromisso com a deliciosa garçonete Debora (Lily James, infinitamente mais interessante do que em “Cinderella”), e poder cuidar de seu pai adotivo Joe, que é surdo-mudo e, por isso mesmo, um dos responsáveis indiretos pelo imenso apreço de Baby pelo som e pela música.
Tendo completado a tarefa criminosa que julgava ser a última, Baby é confrontado, dias depois, por Doc –ele o quer de novo como piloto de fuga, aliás, ele o exige de novo como piloto de fuga: O crime, como em todo conto moral, é um pântano de areia movediça que só faz tragar.
O novo assalto reúne Baby com o casal Buddy (Jon Hamm) e Darling (Eiza Gonzalez) de seu penúltimo serviço, e com o traiçoeiro e instável Bats (Jamie Foxx), do último.
Entretanto, uma série de incidentes –somados à intenção de Baby de fazer deste realmente seu derradeiro trabalho –irão operar uma curiosa e engenhosa transformação na dinâmica entre os personagens, e estreitar ainda mais os perigos que ameaçam Baby e Debora.

Com um elenco soberbo, o diretor Wright subverte as expectativas do público em relação a quem serão os verdadeiros vilões e antagonistas e adiciona novas e pertinentes surpresas a esta muito bem executada aventura criminal impulsionada por uma das melhores trilhas sonoras do ano.

2 comentários:

  1. Obrigado por compartilhar este filme deixar uma boa experiência. Desfruto muito deste gênero de filmes, sempre me chamam a atenção pela historia. Jon Hamm e me ator favorito. Ele sempre surpreende com os seus papeis, pois se mete de cabeça nas suas atuações e contagia profundamente a todos com as suas emoções. Adoro porque sua atuação não é forçada em absoluto. Seguramente o êxito de sua filmes de filmes com Jon Hamm deve-se a suas expressões faciais, movimentos, a maneira como chora, ri, ama, tudo parece puramente genuíno. Sempre achei o seu trabalho excepcional, sempre demonstrou por que é considerado um grande ator. Gosto muito do ator e a sua atuação é majestosa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Grato, Fábio. Tmbém sou fã do Jon Hamm, ele é magnífico na série "Mad Men".

      Excluir