Lembrado com certo carinho pelo público que
tinha uma determinada faixa etária nos anos 1980 –algo entre crianças ainda
impressionáveis e adolescentes querendo algo mais –este filme não ganha muito
em revisão (a técnica narrativa, ainda que eficiente, não tem arroubos de
criatividade), não consolidou-se cult com o passar dos anos (não pelo menos no
sentido pleno da palavra) e nem tampouco representa maiores significados à
carreira de seu diretor Fred Dekker –que fez também “A Noite dos Arrepios” e o
medíocre “Robocop 3”.
Quais as razões para lembrá-lo e resenhá-lo,
então?
Em primeiro lugar, porque nenhuma obra merece,
por assim dizer, o completo esquecimento (e filmes bem piores que esse são
lembrados com entusiasmo pelos nostálgicos de hoje em dia); em segundo, porque
“Deu A Louca Nos Monstros” se situa em um injusto meio termo que inspira
indiferença –não é tão memorável quanto “Caça-Fantasmas”, por exemplo (com o
qual dividiu a mesma equipe de técnicos em efeitos visuais), mas não é uma
catástrofe incontornável como “Falcão-O Campeão dos Campeões” ou “Ruas
Selvagens” (filmes que, ainda assim, têm lá seus apreciadores) –tornando assim
necessário recordá-lo. Obras assim merecem, de tempos em tempos, a chance de
encontrar o seu público que, neste caso específico, ainda não descobriu o
filme.
Financiado e distribuído pela Tri-Star
Pictures, o filme –muito na cara de pau –brincava em torno de um promissora
reunião dos monstros clássicos da Universal (cujos direitos, à época, se
achavam em domínio público): O roteiro escrito por Dekker e Shane Black (antes
de roteirizar “Máquina Mortífera” e décadas antes de escrever e dirigir “Homem
de Ferro 3”) junta de forma descontraída e pouco preocupada com a
plausibilidade histórica e geográfica o Conde Drácula, o Monstro de
Frankenstein, o Lobisomem, a Múmia e o Monstro da Lagoa Negra num única grupo a
ser enfrentado por um time de crianças (!) no melhor estilo “It-A Coisa”, cujo
livro (lançado naquele período) visivelmente influenciou as idéias da narrativa
–em sua primeira aparição, o garotinho protagonista, Sean (Andre Gower), usa
uma camisa vermelha com o escrito, “Stephen King Rules”!
No século XIX, o caçador de vampiros Van
Helsing falhou na tentativa de expurgar o Conde Drácula e seus comparsas do
nosso mundo através de um ritual. Um século depois –mais precisamente nos anos
1980 –a tal data, mais uma vez se aproxima: A cada 100 anos, existe a chance de
que se abra um portal para banir as forças do mal para sempre; ao mesmo tempo,
essa data permite à Drácula a tomada do mundo.
Ciente disso, o vampiro recruta e reagrupa os
integrantes de seu grupo de monstros. Mas, ele não contava com a intervenção de
um grupo de crianças auto-intitulado a Patrulha Monstro, que encontrarão um
meio de ter sucesso onde Van Helsing fracassou.
Um exemplar dos ‘filmes de turma’ daquele
período ao lado dos bem mais festejados, “Goonies”, “Conta Comigo” ou “Garotos
Perdidos”, “Deu A Louca Nos Monstros” está longe de ser excepcional, mas é plenamente
adequado ao carinhoso rótulo de “filme da sessão da tarde”.
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