segunda-feira, 21 de maio de 2018

Deu A Louca Nos Monstros


Lembrado com certo carinho pelo público que tinha uma determinada faixa etária nos anos 1980 –algo entre crianças ainda impressionáveis e adolescentes querendo algo mais –este filme não ganha muito em revisão (a técnica narrativa, ainda que eficiente, não tem arroubos de criatividade), não consolidou-se cult com o passar dos anos (não pelo menos no sentido pleno da palavra) e nem tampouco representa maiores significados à carreira de seu diretor Fred Dekker –que fez também “A Noite dos Arrepios” e o medíocre “Robocop 3”.
Quais as razões para lembrá-lo e resenhá-lo, então?
Em primeiro lugar, porque nenhuma obra merece, por assim dizer, o completo esquecimento (e filmes bem piores que esse são lembrados com entusiasmo pelos nostálgicos de hoje em dia); em segundo, porque “Deu A Louca Nos Monstros” se situa em um injusto meio termo que inspira indiferença –não é tão memorável quanto “Caça-Fantasmas”, por exemplo (com o qual dividiu a mesma equipe de técnicos em efeitos visuais), mas não é uma catástrofe incontornável como “Falcão-O Campeão dos Campeões” ou “Ruas Selvagens” (filmes que, ainda assim, têm lá seus apreciadores) –tornando assim necessário recordá-lo. Obras assim merecem, de tempos em tempos, a chance de encontrar o seu público que, neste caso específico, ainda não descobriu o filme.
Financiado e distribuído pela Tri-Star Pictures, o filme –muito na cara de pau –brincava em torno de um promissora reunião dos monstros clássicos da Universal (cujos direitos, à época, se achavam em domínio público): O roteiro escrito por Dekker e Shane Black (antes de roteirizar “Máquina Mortífera” e décadas antes de escrever e dirigir “Homem de Ferro 3”) junta de forma descontraída e pouco preocupada com a plausibilidade histórica e geográfica o Conde Drácula, o Monstro de Frankenstein, o Lobisomem, a Múmia e o Monstro da Lagoa Negra num única grupo a ser enfrentado por um time de crianças (!) no melhor estilo “It-A Coisa”, cujo livro (lançado naquele período) visivelmente influenciou as idéias da narrativa –em sua primeira aparição, o garotinho protagonista, Sean (Andre Gower), usa uma camisa vermelha com o escrito, “Stephen King Rules”!
No século XIX, o caçador de vampiros Van Helsing falhou na tentativa de expurgar o Conde Drácula e seus comparsas do nosso mundo através de um ritual. Um século depois –mais precisamente nos anos 1980 –a tal data, mais uma vez se aproxima: A cada 100 anos, existe a chance de que se abra um portal para banir as forças do mal para sempre; ao mesmo tempo, essa data permite à Drácula a tomada do mundo.
Ciente disso, o vampiro recruta e reagrupa os integrantes de seu grupo de monstros. Mas, ele não contava com a intervenção de um grupo de crianças auto-intitulado a Patrulha Monstro, que encontrarão um meio de ter sucesso onde Van Helsing fracassou.
Um exemplar dos ‘filmes de turma’ daquele período ao lado dos bem mais festejados, “Goonies”, “Conta Comigo” ou “Garotos Perdidos”, “Deu A Louca Nos Monstros” está longe de ser excepcional, mas é plenamente adequado ao carinhoso rótulo de “filme da sessão da tarde”.

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