Realizador de tantas obras famigeradas na
filmografia nacional, como “A Dama do Lotação” (com Sonia Braga), “Navalha Na
Carne” (com Vera Fischer), “Dom” (com Maria Fernanda Candido) e a deplorável
refilmagem de “Bonitinha, Mas Ordinária” (com Letícia Colin). O diretor Moacyr
Góes fez, em 2007, o que talvez seja seu melhor filme com esta despretensiosa
adaptação de “As Peleias de Ojuara”, de Ney Leandro de Castro.
Seu herói, vivido com inquestionável simpatia
por Marcos Palmeira, é mais um dos tantos pobres coitados do sertão. Araújo
numa aproximação com o Dom Quixote desafortunado e atrapalhado da literatura é
pintado como um covarde –ainda que o filme encontre poucas soluções funcionais
para demonstrar isso –ele padece pelos comentários alheios que dizem respeito,
sobretudo, à tirania com que é tratado pela mulher (vivida por Lívia Falcão,
cuja personagem, também ela, não encontra no roteiro uma definição harmoniosa
com o que se diz dela).
Um dia, Araújo dá um basta a isso tudo e muda
completamente.
Ele torna-se outra pessoa, Ojuara (Araújo, de
trás para frente...), e esta nova persona, ao contrário da outra, tem coragem
de sobra.
Tanto que chama para briga o próprio capeta em
pessoa, que ele enfrenta em diversos encontros ao longo dos anos, nas mais
diversas formas –seja nas curvas da sensacional Flavia Alessandra, ou nos trejeitos
de um desaforado trovador.
Os embates sucessivos com o cramulhão, entretanto,
custam-lhe a vida da mulher que ama (vivida pela inebriante Fernanda Paes
Leme).
Irregular, Moacyr Góes dirigiu este filme em
tom de fábula obtendo bons momentos para o péssimo diretor que é. Atenção para
a nudez da linda Fernanda Paes Leme.
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