A atriz Keira Knightley se tornou assídua em
filmes de época, provavelmente devido ao positivo êxito de “Orgulho e
Preconceito” –pelo qual ela até foi indicada ao Oscar.
Pois, aqui está ela de novo, contribuindo com
seu carisma (inabalável), sua beleza (inconteste) e seu talento dramático
(claudicante...) para mais uma produção desse gênero.
Keira é Georgiana, garota que, como muitas das
jovens nos idos de 1774, foi negociada pela família em casamento. Mas, não um
casamento comum –ela casou-se com a Majestade da Inglaterra, o Duque de
Devonshire em pessoa (vivido com a perícia habitual por Ralph Fiennes).
Como de praxe, a função primordial de Georgiana
é gerar um herdeiro homem para o Duque, o quê, nos anos que se seguem, não vem
a acontecer: Georgiana dá à luz apenas a meninas.
As ocasionais escapadas extra-conjugais do
Duque também não ajudam em nada à situação de Goergiana. É quando então ela
encontra na aristocrata Bess Foster (Hayley Atwell, de “Capitão América”) a
amizade e o apoio para superar seu dia-a-dia. Todavia, Bess torna-se, também
ela, amante do rei –e, sendo mãe de três meninos negligenciados pelo pai, lhe
toma boa parte da importância doméstica no palácio.
Na frustração da aridez afetiva que encontrou
no casamento ou na quase circunstância
de aprisionamento que descobriu em sua condição de realeza, o filme do diretor
Saul Dibb não disfarça a mais evidente de todas as analogias que quer
estabelecer: Na dicotomia central em que observa Georgiana como uma aristocrata
amada pelo povo (tratada inclusive como celebridade, tendo a capacidade de
lançar moda entre seus súditos) e repudiada por sua classe (e especial o marido
que dedica a ela –e a quase tudo o mais –uma indiferença lancinante), o
paralelo com a trajetória e os percalços da Princesa Diana é mais do que claro.
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