quarta-feira, 27 de junho de 2018

A Balada do Pistoleiro


Nos anos 1990, tendo surpreendido toda a classe cinéfila dos festivais com uma estréia promissora, “El Mariachi”, na qual concebeu um filme palpitante e atrevido de ação com um dos mais irrisórios orçamentos que já se teve notícia (e conquistar o feito de romper o bloqueio do circuito comercial, o quê tornou seu trabalho ainda mais conhecido), o jovem diretor Robert Rodrigues tratou de dar continuidade à saga daquele personagem, por assim, dizer fazendo este novo filme que, embora ainda uma produção pequena, era infinitamente mais endinheirado que o anterior.
“A Balada do Psitoleiro” não é nem uma continuação, nem uma refilmagem, nem uma reinvenção de “El Mariachi”, mas, é um pouco disso tudo.
Não procura estabelecer conexões narrativas mais profundas com aquele outro filme, mas o respeita na medida do possível.
E Rodrigues, aqui, se pode dar ao luxo de ter Antonio Banderas como protagonista –que, com a mexicana Salma Hayek, compôe um casal explosivo!
A trama é daquelas onde importa menos o conteúdo do que o estilo; do personagem principal mal sabemos o nome. Sabemos que ele é Banderas no auge de seu vigor, seu carisma e sua afinação para personagens marrentos e cheios de pomba (com frequência, ele consegue passar a impressão de ser perfeito para o papel). E sabemos, também que ele quer vingança. E tem, em sua habilidade com as armas de fogo, bem escondidas sob um disfarce de descontraído violeiro (e assim chamada Mariachi), os meios para perpetrá-la.
O alvo de sua vingança é um barão do crime local (o português Joaquim de Almeida) e até chegar nele, o Mariachi tem que ultrapassar os obstáculos de seus comparsas armados.
E pronto.
Ciente de suas limitações não apenas orçamentárias, mas também artísticas, Rodrigues impõe ao ritmo e a narrativa aquilo que pressupõe que seu público irá querer: ação.
E o modo com que ele orquestra essas sequências impressiona pelo número baixo de recursos que ele tinha à disposição, e que não o impediram de moldar uma obra pulsante.

Nenhum comentário:

Postar um comentário