Nos anos 1990, tendo surpreendido toda a classe
cinéfila dos festivais com uma estréia promissora, “El Mariachi”, na qual
concebeu um filme palpitante e atrevido de ação com um dos mais irrisórios
orçamentos que já se teve notícia (e conquistar o feito de romper o bloqueio do
circuito comercial, o quê tornou seu trabalho ainda mais conhecido), o jovem
diretor Robert Rodrigues tratou de dar continuidade à saga daquele personagem,
por assim, dizer fazendo este novo filme que, embora ainda uma produção
pequena, era infinitamente mais endinheirado que o anterior.
“A Balada do Psitoleiro” não é nem uma
continuação, nem uma refilmagem, nem uma reinvenção de “El Mariachi”, mas, é um
pouco disso tudo.
Não procura estabelecer conexões narrativas
mais profundas com aquele outro filme, mas o respeita na medida do possível.
E Rodrigues, aqui, se pode dar ao luxo de ter
Antonio Banderas como protagonista –que, com a mexicana Salma Hayek, compôe um
casal explosivo!
A trama é daquelas onde importa menos o
conteúdo do que o estilo; do personagem principal mal sabemos o nome. Sabemos
que ele é Banderas no auge de seu vigor, seu carisma e sua afinação para
personagens marrentos e cheios de pomba (com frequência, ele consegue passar a
impressão de ser perfeito para o papel). E sabemos, também que ele quer
vingança. E tem, em sua habilidade com as armas de fogo, bem escondidas sob um
disfarce de descontraído violeiro (e assim chamada Mariachi), os meios para
perpetrá-la.
O alvo de sua vingança é um barão do crime
local (o português Joaquim de Almeida) e até chegar nele, o Mariachi tem que
ultrapassar os obstáculos de seus comparsas armados.
E pronto.
Ciente de suas limitações não apenas
orçamentárias, mas também artísticas, Rodrigues impõe ao ritmo e a narrativa
aquilo que pressupõe que seu público irá querer: ação.
E o modo com que ele orquestra essas sequências
impressiona pelo número baixo de recursos que ele tinha à disposição, e que não
o impediram de moldar uma obra pulsante.
Nenhum comentário:
Postar um comentário