Antes de “Dirty Dancing”, de “Ghost-Do Outro
Lado da Vida” e de “Caçadores de Emoção”, o astro Patrick Swayze fez relativo
sucesso nos anos 1980 com este “Crepúsculo de Aço”.
Decalcado visivelmente do contexto
pós-apocalíptico de “Mad Max”, o filme dirigido por um tal de Lance Hool deixa
de lado o fetiche australiano por carros, perseguições e batidas para
concentrar-se numa analogia ao gênero norte-americano do faroeste: São visíveis
as similaridades com a trama de “Os Brutos Também Amam” e “Caminhos Ásperos” na
história do forasteiro que cruza os infindáveis desertos desse mundo combalido
protegendo-se das ameaças usando uma estranha e irregular técnica de luta –uma
fisicalidade que o versátil Swayze buscou explorar naquele período de sua
carreira, vide “Matador de Aluguel”.
Na cena inicial de “Crepúsculo de Aço”, seu
personagem desprovido de um nome (tal e qual muitos protagonistas de faroeste
aos quais emula), se acha solitário enfrentando estranhas criaturas
esfarrapadas que não irão mais aparecer no filme –pode-se presumir que sejam
seres mutantes originados de alguma tragédia radioativa ainda que absolutamente
nada seja explicado.
Mais a frente, descobriremos que o herói
trata-se de um guerreiro oriundo de uma casta dotada de valores específicos
–embora, também isso, seja negligenciado pela narrativa: Ele encontra um velho
amigo numa espécie de bar e ambos trocam informações; tal amigo está a caminho
de um vilarejo o qual está designado a proteger. Ali mesmo, porém, eles são
emboscados. O protagonista é drogado e seu amigo, morto –por um vilão
imperceptível que ele não consegue identificar.
Decidido a assumir a missão do amigo morto, ele
segue até esse vilarejo onde encontra a jovem mãe solteira Kasha (Lisa Niemi,
esposa na vida real de Swayze) e torna-se protetor dela e de seu filho pequeno.
Aos poucos, o forasteiro irá se tornar um símbolo de esperança para toda a
comunidade local que deseja se livrar da opressão do perverso Damnil (Anthony
Zerb, um vilão padrão daquela época).
Pontuado por cenas de lutas indecisas entre o
estilo árido e a coreografia confusa –mas, ainda assim envolventes o bastante –“Crepúsculo
de Aço” resulta num entretenimento válido diante das limitações orçamentárias
gritantes que poderiam tê-lo prejudicado ainda mais. Por mais que a comparação
com o trabalho de George Miller, sua influência maior, seja indiscutivelmente
desfavorável.
Nenhum comentário:
Postar um comentário