terça-feira, 14 de agosto de 2018

Crepúsculo de Aço


Antes de “Dirty Dancing”, de “Ghost-Do Outro Lado da Vida” e de “Caçadores de Emoção”, o astro Patrick Swayze fez relativo sucesso nos anos 1980 com este “Crepúsculo de Aço”.
Decalcado visivelmente do contexto pós-apocalíptico de “Mad Max”, o filme dirigido por um tal de Lance Hool deixa de lado o fetiche australiano por carros, perseguições e batidas para concentrar-se numa analogia ao gênero norte-americano do faroeste: São visíveis as similaridades com a trama de “Os Brutos Também Amam” e “Caminhos Ásperos” na história do forasteiro que cruza os infindáveis desertos desse mundo combalido protegendo-se das ameaças usando uma estranha e irregular técnica de luta –uma fisicalidade que o versátil Swayze buscou explorar naquele período de sua carreira, vide “Matador de Aluguel”.
Na cena inicial de “Crepúsculo de Aço”, seu personagem desprovido de um nome (tal e qual muitos protagonistas de faroeste aos quais emula), se acha solitário enfrentando estranhas criaturas esfarrapadas que não irão mais aparecer no filme –pode-se presumir que sejam seres mutantes originados de alguma tragédia radioativa ainda que absolutamente nada seja explicado.
Mais a frente, descobriremos que o herói trata-se de um guerreiro oriundo de uma casta dotada de valores específicos –embora, também isso, seja negligenciado pela narrativa: Ele encontra um velho amigo numa espécie de bar e ambos trocam informações; tal amigo está a caminho de um vilarejo o qual está designado a proteger. Ali mesmo, porém, eles são emboscados. O protagonista é drogado e seu amigo, morto –por um vilão imperceptível que ele não consegue identificar.
Decidido a assumir a missão do amigo morto, ele segue até esse vilarejo onde encontra a jovem mãe solteira Kasha (Lisa Niemi, esposa na vida real de Swayze) e torna-se protetor dela e de seu filho pequeno. Aos poucos, o forasteiro irá se tornar um símbolo de esperança para toda a comunidade local que deseja se livrar da opressão do perverso Damnil (Anthony Zerb, um vilão padrão daquela época).
Pontuado por cenas de lutas indecisas entre o estilo árido e a coreografia confusa –mas, ainda assim envolventes o bastante –“Crepúsculo de Aço” resulta num entretenimento válido diante das limitações orçamentárias gritantes que poderiam tê-lo prejudicado ainda mais. Por mais que a comparação com o trabalho de George Miller, sua influência maior, seja indiscutivelmente desfavorável.

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