quarta-feira, 30 de janeiro de 2019

João, Maria e A Bruxa da Floresta Negra

Lançado no mesmo período da aventura “João & Maria-Caçadores de Bruxas” –que já não era nenhuma maravilha cinematográfica –este filme, B até a alma, faz nada mais do que pegar carona na mediana repercussão daquele grande lançamento de estúdio.
Como nele, o conto de fadas clássico (e frequentemente perverso) é revisto e reformulado em um novo prisma: Aqui, ele ganha a ambientação da contemporaneidade (provavelmente porque o baixo orçamento só assim permitia) e o viés de um filme assumido de terror.
Os irmãos Hanzel e Gretel (e não João e Maria como no título nacional) são vividos pelos jovens e atraentes Michael Welch e Molly Quinn (ela, muito parecida com Elizabeth Olsen). São também moradores do subúrbio de Passadena e estão providencialmente sozinhos em casa.
O namorado maconheiro de Gretel tem a ideia de comprar erva de uma traficante cuja maconha é considerada a melhor das redondezas –e aí está o gatilho que todo filme de terror precisa para iniciar sua premissa básica.
A traficante em questão é a própria bruxa da lenda –vivida por Lara Flynn Boyle (de “Twin Peaks”) cujo peso de produtora e de estrela de segundo escalão conduz roteiro e direção na valorização dessa antagonista maior do que o necessário.
Necessitando de vítimas jovens para sugar sua juventude e manter-se bela –a maquiagem inicial da bruxa decrépita é simplesmente sofrível –a bruxa captura e mata o namorado de Gretel, o que leva os irmãos a iniciarem suas investigações.
A partir daí, tanto os protagonistas quanto os mais incautos (e inúteis!) coadjuvantes marcam presença apenas para adentar a porta da vilã e lá, de algum maneira perecer –como no mais fuleiros do slasher-movies.
É pra lá de redundante a forma com o roteiro concebe e enfileira tais personagens: Há o fornecedor de drogas (Eddy Martin); a dupla de policiais (Lochlyn Munro e Yancy Butler); o violento traficante rival (Reynaldo Gallegos), assim como seus capangas irrisórios; e até a namoradinha do fornecedor (Bianca Saad) que divide com Lara Flynn Boyle uma gratuita cena de sedução lésbica –sem nudez, infelizmente!
Unindo influências que nunca parecem fazer sentido em sua proposta –a repaginação de um conto de fadas numa produção que tem por mote central, compra e venda de drogas (?!) –o filme termina num gancho narrativo que provavelmente jamais haverá de se concretizar numa continuação visto a falta de qualidade bizarra que esta obra apresenta.

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