Embora seja comparado com Roger Corman –por sua
atuação prolífica em produções de baixo orçamento –o estilo do cineasta Brian
Yuzna guarda maior proximidade com David Cronenberg; isso é particularmente
notável em sua inclinação quase patológica ao grotesco, a imodesta ênfase nos
efeitos de maquiagem em suas obras, e no desigual fetiche pela mutação. Se
Cronenberg evoluiu, com o tempo, para um cinema mais autoral e reflexivamente
sério, Yuzna, por sua vez, continuou com as sandices tenebrosas de apelo
popularesco.
Já dono de uma certa reputação como produtor
(em constante colaboração com Stuart Gordon), Brian Yuzna estreou em 1990 como
diretor em “Sociedade dos Amigos do Diabo” que ratifica com intensidade todas
as suas características como realizador.
Seu princípio, contudo, aponta mais para um
suspense do que para um terror escancarado: Membro da classe alta de Beverly
Hills, o adolescente Bill (Billy Warlock) aos poucos se dá conta de uma fachada
de encenação em sua classe social ao perceber que todos tentam esconder a morte
recente de um de seus amigos.
Suas investigações em busca da assombrosa
verdade incluem a suspeita por sua própria família envolvida em práticas que
ultrapassam o limite do aceitável –e que, no clímax final, proporcionam uma
cena de orgia das mais monstruosas e assumidamente trash do cinema; curiosamente despida de elementos satanistas, diferente do sugerido no título nacional.
Não significa que não hajam intenções válidas
na obra de Yuzna: A despeito do formato B, ele almeja um mínimo de crítica
social com ousadas escolhas temáticas, como o incesto.
“Sociedade dos Amigos do
Diabo”, talvez por sua proposta algo inacessível para os habituais consumidores
do terror de então, só foi mesmo comercializado após o sucesso de “A Noiva do
Re-Animator”, a segunda incursão de Yuzna na direção.
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