segunda-feira, 11 de junho de 2018

O Mundo Perdido - Jurassic Park


Foi em parte devido à “Tubarão” que Steven Spielberg decidiu por regressar ao seu filme de dinossauros para dar a ele uma continuação: Após o imenso sucesso de seu filme de 1975, Spielberg seguiu os rumos já conhecidos de sua carreira e não voltou para as continuações (que ao longo dos anos ficaram em mais ou menos meia dúzia de filmes) e, como consequência disso, “Tubarão 2” –assim como todos que o sucederam –foi uma catástrofe.
Foi esse pensamento que levou Spielberg, em 1997, a encarar mais um filme envolvendo os dinossauros na Ilha Nublar –a sede original do Jurassic Park.
Ian Malcolm, o personagem de Jeff Goldblum, foi promovido, de um quase alívio cômico, para o protagonista, e ao parece, isso promoveu no personagem uma alteração contrastante de personalidade: Se antes ele era despreocupado e despreendido, aqui ele se mostra aflito e perplexo.
Cinco anos depois dos eventos que levaram o Jurassic Park a ser abandonado antes mesmo de sua inauguração, os dinossauros continuam lá contra todas as expectativas –e completamente alheios aos humanos.
Fica claro, contudo, que uma providência deve ser tomada, sobretudo, depois que uma família acaba inadvertidamente ancorando com seu iate na ilha e a filhinha pequena (vivida por Camilla Belle, filha de brasileiros) é atacada por dinossauros menores.
O proprietário do lugar, John Hammond (mais uma vez vivido pelo veterano Richard Attenborough, com pouquíssimo tempo de cena), faz mais uma das suas e recruta para uma missão de reconhecimento a fotógrafa Sarah Harding (Julianne Moore, fazendo o que pode com uma personagem não muito bem construída), justamente a atual namorada de Ian Malcolm, que nesses últimos cinco anos buscou denunciar o descaso de Hammond em relação às criações na ilha.
Agora, Malcolm e uma equipe de resgate (incluindo um jovem Vince Vaughn, anos antes de reinventar-se como bem-sucedido comediante) devem voltar à Ilha Nublar a fim de encontrar Sarah.
A decisão de Spielberg em manter-se na direção não preservou a mesma qualidade a este segundo “Jurassic Park”: Ele até tenta ir além do filme anterior com tentativas de aprimoramento nos consagrados efeitos visuais (como as sequências em que os dinossauros digitais são materializados, desta vez, contra a luz do sol, cujo resultado não chega a acrescentar muito ao assombro desconcertante do filme original), novas adições no elenco (e embora Julianne Moore, assim como Vanessa Lee Chester, de “APrincesinha”, o veterano Pete Postlethwaite e Arliss Howard, de “Nascido ParaMatar”, façam sua parte, não existem justificativas plausíveis para não se ter aproveitado o ótimo protagonista do filme original, vivido por Sam Neil), e até mesmo um terceiro terço pretensamente eletrizante onde a ambientação é radicalmente modificada para a cidade grande, numa alusão à “King Kong”, mas nada disso afasta a forte sensação de que havia no filme original uma magia que esta continuação falhou em resgatar.
Não é um filme ruim, mas para aquilo que se espera de Spielberg é muito pouco.

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