Eu ainda insisto nesse hábito de chamar a premiação de Globo de Ouro, quando na verdade, imprensa, crítica especializada e público já chamam Golden Globe... mas, a despeito disso, tivemos uma ideia, neste domingo dia 5 de janeiro de 2025, dos prováveis favoritos à temporada de prêmios em geral, e ao Oscar em particular, ou será que não? E no meio disso tudo, um bem-vindo sopro de orgulho para nós, brasileiros!
Vamos lá, às categorias de cinema:
MELHOR FILME DE DRAMA
O Brutalista
MELHOR FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL
Emilia Pérez
MELHOR DIREÇÃO
Brady Corbet (O Brutalista)
MELHOR ATOR EM FILME DE DRAMA
Adrian Brody (O Brutalista)
O favoritismo até então claudicante de “Emilia
Pérez” confirmou-se com suas quatro vitórias no Globo de Ouro –incluindo a
categoria de Filme em Língua Não Inglesa, derrotando o Brasil –o mesmo parece
valer (embora com um pouco menos de intensidade por parte da crítica) para “O
Brutalista”, logo atrás com três prêmios; curioso que o ator Adrien Brody, após
sua consagração com “O Pianista” há uns vinte e dois anos atrás, volta aos
holofotes e às premiações com um personagem bastante parecido. Embora tenha
saído de mãos vazias (apesar de muitas indicações e de ostentar até então um
considerável favoritismo), “Anora” tem sido bastante lembrado nas indicações de
praticamente todos os prêmios de Melhor do Ano, o que pode favorecê-lo se a
maré virar para o seu lado no futuro da temporada.
MELHOR ATRIZ EM FILME DE DRAMA
Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui)
O grande momento da noite, pelo menos para nós,
aqui no Brasil. Não havia uma favorita na categoria de Atriz Dramática, embora
as concorrentes de Fernanda Torres fossem fortes (e, pelo menos, Tilda Swinton,
de “O Quarto Ao Lado”, fosse apontada por algumas casas de apostas como
provável vencedora), isso culminou com sua emocionante vitória, o que pavimenta
seu caminho para uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, seguindo os passos da
mãe Fernanda Montenegro –ela também foi indicada o Globo de Ouro de Atriz
Dramática em 1999 (conquistado, na ocasião, por Cate Blanchet por “Elizabeth”),
lembrando que, no Oscar, quando foi indicada, foi lamentavelmente preterida por
Gwyneth Paltrow. Espera-se que desta vez a Academia e os votantes (que não são
mais os mesmos!) não repitam esse erro.
MELHOR ATOR EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL
Sebastian Stan (Um Homem Diferente)
MELHOR ATRIZ COADJUVANTE
Zoe Saldana (Emilia Pérez)
MELHOR ATOR COADJUVANTE
Kieran Culkin (A Verdadeira Dor)
Muitas caras relativamente novas na premiação
para cinema. Com dois astros vindos –veja só! –da Marvel Studios (Sebastian
Stan, o Soldado Invernal; e Zoe Saldana, a Gamora de “Guardiões da Galáxia”)
para a consagração em obras de gente grande. Mas, Sebastian realmente mereceu
por seu belíssimo trabalho, e a entrega de Zoe Saldana à sua personagem (o que
inclui um número musical cheio de energia) é uma das grandes surpresas de
“Emilia Pérez”. Finalmente, o já premiado Kieran Culin começa a migrar de sua
área habitual, a TV, para o cinema, garantindo o único prêmio da noite para o
filme escrito e dirigido por Jesse Eisenberg.
MELHOR ATRIZ EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL
Demi Moore (A Substância)
Dona do discurso mais emocionante da noite,
Demi Morre surpreendeu muita gente (incluindo ela própria) ao ser anunciada
como vencedora na categoria de Melhor Atriz Cômica –até porque o terror “A Substância”, ainda que magnífico, está longe de ser uma ‘Comédia ou Musical’
como alardeado na categoria... –quando muitos já esperavam uma vitória de Karla
Sofía Gascón, por “Emilia Pérez”, ou de Mikey Madison, por “Anora”, apontadas
como as favoritas. Como a própria Demi afirmou, esse é seu primeiro prêmio
conquistado na carreira como atriz; e deu uma vontade danada de vê-la indicada
ao Oscar para ver onde isso vai dar!
MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA-METRAGEM
Flow
MELHOR ROTEIRO
Peter Straughan (Conclave)
MELHOR FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA
Emilia Pérez (França)
Uma pena o belíssimo “Robô Selvagem” ter
perdido para “Flow” que foi pouco falado, pelo menos, por aqui. No entanto, críticos
de todos os cantos estão reiterando ser essa, realmente, a grande animação de
2024, e não o longa-metragem da Dreamworks. “Emilia Pérez” simplesmente
arrebatou o prêmio de Filme em Língua Não Inglesa, definindo-o como o favorito
para essa temporada, ao menos, nessa categoria. Uma pena para “Ainda Estou
Aqui”... Na categoria de Melhor Roteiro, “Conclave” parece prevalecer como sua
única chance de vitória nas outras premiações.
MELHOR CANÇÃO ORIGINAL
"El Mal", Camille, Karla Sofía Gascón
e Zoe Saldana (Emilia Pérez)
MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL
Trent Raznor e Aticcus Ross (Rivais)
CONQUISTA CINEMATOGRÁFICA E DE BILHETERIA
Wicked
A Canção Original de “Emilia Pérez” já era quase
uma barbada, isso porque o filme de Jacques Audiard concorria já com duas
canções (mesmo procedimento que houve com “Barbie” ano passado) e “El Mal” tem,
de fato, uma execução poderosa, certamente um dos grandes momentos do longa. A
trilha sonora ficou com Trent Raznor e Aticcus Ross (os mesmos de “A Rede Social”) definindo o único prêmio para o filme de Lucca Guadagnino, e o troféu
de Conquista Cinematográfica e de Bilheteria para “Wicked” acabou soando como
um prêmio de consolação (impressão que já havia se dado ano passado), quando
minha torcida era mesmo para “Deadpool & Wolverine”.
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