segunda-feira, 6 de janeiro de 2025

Os Vencedores do Globo de Ouro 2025


 Eu ainda insisto nesse hábito de chamar a premiação de Globo de Ouro, quando na verdade, imprensa, crítica especializada e público já chamam Golden Globe... mas, a despeito disso, tivemos uma ideia, neste domingo dia 5 de janeiro de 2025, dos prováveis favoritos à temporada de prêmios em geral, e ao Oscar em particular, ou será que não? E no meio disso tudo, um bem-vindo sopro de orgulho para nós, brasileiros!

Vamos lá, às categorias de cinema:

MELHOR FILME DE DRAMA

O Brutalista

MELHOR FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL

Emilia Pérez

MELHOR DIREÇÃO

Brady Corbet (O Brutalista)

MELHOR ATOR EM FILME DE DRAMA

Adrian Brody (O Brutalista)

O favoritismo até então claudicante de “Emilia Pérez” confirmou-se com suas quatro vitórias no Globo de Ouro –incluindo a categoria de Filme em Língua Não Inglesa, derrotando o Brasil –o mesmo parece valer (embora com um pouco menos de intensidade por parte da crítica) para “O Brutalista”, logo atrás com três prêmios; curioso que o ator Adrien Brody, após sua consagração com “O Pianista” há uns vinte e dois anos atrás, volta aos holofotes e às premiações com um personagem bastante parecido. Embora tenha saído de mãos vazias (apesar de muitas indicações e de ostentar até então um considerável favoritismo), “Anora” tem sido bastante lembrado nas indicações de praticamente todos os prêmios de Melhor do Ano, o que pode favorecê-lo se a maré virar para o seu lado no futuro da temporada.

MELHOR ATRIZ EM FILME DE DRAMA

Fernanda Torres (Ainda Estou Aqui)

O grande momento da noite, pelo menos para nós, aqui no Brasil. Não havia uma favorita na categoria de Atriz Dramática, embora as concorrentes de Fernanda Torres fossem fortes (e, pelo menos, Tilda Swinton, de “O Quarto Ao Lado”, fosse apontada por algumas casas de apostas como provável vencedora), isso culminou com sua emocionante vitória, o que pavimenta seu caminho para uma indicação ao Oscar de Melhor Atriz, seguindo os passos da mãe Fernanda Montenegro –ela também foi indicada o Globo de Ouro de Atriz Dramática em 1999 (conquistado, na ocasião, por Cate Blanchet por “Elizabeth”), lembrando que, no Oscar, quando foi indicada, foi lamentavelmente preterida por Gwyneth Paltrow. Espera-se que desta vez a Academia e os votantes (que não são mais os mesmos!) não repitam esse erro.

MELHOR ATOR EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL

Sebastian Stan (Um Homem Diferente)

MELHOR ATRIZ COADJUVANTE

Zoe Saldana (Emilia Pérez)

MELHOR ATOR COADJUVANTE

Kieran Culkin (A Verdadeira Dor)

Muitas caras relativamente novas na premiação para cinema. Com dois astros vindos –veja só! –da Marvel Studios (Sebastian Stan, o Soldado Invernal; e Zoe Saldana, a Gamora de “Guardiões da Galáxia”) para a consagração em obras de gente grande. Mas, Sebastian realmente mereceu por seu belíssimo trabalho, e a entrega de Zoe Saldana à sua personagem (o que inclui um número musical cheio de energia) é uma das grandes surpresas de “Emilia Pérez”. Finalmente, o já premiado Kieran Culin começa a migrar de sua área habitual, a TV, para o cinema, garantindo o único prêmio da noite para o filme escrito e dirigido por Jesse Eisenberg.

MELHOR ATRIZ EM FILME DE COMÉDIA OU MUSICAL

Demi Moore (A Substância)

Dona do discurso mais emocionante da noite, Demi Morre surpreendeu muita gente (incluindo ela própria) ao ser anunciada como vencedora na categoria de Melhor Atriz Cômica –até porque o terror “A Substância”, ainda que magnífico, está longe de ser uma ‘Comédia ou Musical’ como alardeado na categoria... –quando muitos já esperavam uma vitória de Karla Sofía Gascón, por “Emilia Pérez”, ou de Mikey Madison, por “Anora”, apontadas como as favoritas. Como a própria Demi afirmou, esse é seu primeiro prêmio conquistado na carreira como atriz; e deu uma vontade danada de vê-la indicada ao Oscar para ver onde isso vai dar!

MELHOR ANIMAÇÃO EM LONGA-METRAGEM

Flow

MELHOR ROTEIRO

Peter Straughan (Conclave)

MELHOR FILME EM LÍNGUA NÃO-INGLESA

Emilia Pérez (França)

Uma pena o belíssimo “Robô Selvagem” ter perdido para “Flow” que foi pouco falado, pelo menos, por aqui. No entanto, críticos de todos os cantos estão reiterando ser essa, realmente, a grande animação de 2024, e não o longa-metragem da Dreamworks. “Emilia Pérez” simplesmente arrebatou o prêmio de Filme em Língua Não Inglesa, definindo-o como o favorito para essa temporada, ao menos, nessa categoria. Uma pena para “Ainda Estou Aqui”... Na categoria de Melhor Roteiro, “Conclave” parece prevalecer como sua única chance de vitória nas outras premiações.

MELHOR CANÇÃO ORIGINAL

"El Mal", Camille, Karla Sofía Gascón e Zoe Saldana (Emilia Pérez)

MELHOR TRILHA SONORA ORIGINAL

Trent Raznor e Aticcus Ross (Rivais)

CONQUISTA CINEMATOGRÁFICA E DE BILHETERIA

Wicked

A Canção Original de “Emilia Pérez” já era quase uma barbada, isso porque o filme de Jacques Audiard concorria já com duas canções (mesmo procedimento que houve com “Barbie” ano passado) e “El Mal” tem, de fato, uma execução poderosa, certamente um dos grandes momentos do longa. A trilha sonora ficou com Trent Raznor e Aticcus Ross (os mesmos de “A Rede Social”) definindo o único prêmio para o filme de Lucca Guadagnino, e o troféu de Conquista Cinematográfica e de Bilheteria para “Wicked” acabou soando como um prêmio de consolação (impressão que já havia se dado ano passado), quando minha torcida era mesmo para “Deadpool & Wolverine”.

Agora é possível afirmar que a Temporada de Prêmios realmente começou; em uma semana teremos Critics Choice Awards, depois Bafta, SAG e tudo o mais, até culminarmos no Oscar, do qual ainda não temos as indicações. Quem viver, verá!

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