domingo, 26 de julho de 2015

E O Vento Levou

É uma tarefa complicada essa a de tentar falar de um dos filmes mais conhecidos de todos os tempos. Explicar com razões não muito óbvias porquê ele é um dos melhores filmes já feitos.
“E O Vento Levou” acompanha a trajetória de Scarlett O'Hara (Vivien Leight, absolutamente sensacional!), a voluntariosa filha de um rico imigrante irlandês, enquanto a Guerra Civil Norte-Americana transforma o sul do país.
A medida que os anos transcorrem, e o panorama do sul dos EUA se transforma, Scarlett busca se adaptar aos novos tempos, o quê inclui casar-se paulatinamente, conforme a necessidade pede: Primeiro, pela indignação de perder o cobiçado solteiro Ashley Wilkes (Leslie Howard), aceitando o pedido do primeiro que lhe faz a proposta (ela enviúva durante a guerra); em seguida, por conveniência, seduzindo um rico herdeiro para que seu dote pudesse manter a fazenda da família, Tara (e, mais tarde, tornando a enviuvar).
Seu terceiro marido é, por ironia, o homem que havia jurado nunca desposar –o renegado Rhett Butler (Clark Gable, um ator fora de série), por quem Scarlett, só ao final de uma longa e tumultuada trajetória, vai se conscientizar que sempre sentiu amor.
O filme é, acima de tudo, um retrato do desmoronamento da aristocracia sulista, além de ser também uma das maiores amostras de superprodução capazes de serem geradas por Hollywood –indicativa também da tenacidade de alguns de seus mais notórios artesões (verdadeiro criador do filme, o produtor David O’ Selznick participou de todas as etapas da produção, desde o esboço do roteiro, passando pelo pesadelo na busca da intérprete ideal de Scarlett até as movimentadas e complicadas filmagens –que tiveram três trocas de diretores!)
Tudo isso para moldar um filme que o tempo é incapaz de envelhecer: “E O Vento Levou” é um dos poucos filmes que sintetizam o próprio cinema. Em sua suntuosidade, em sua magnitude, na sucessão de cenas inesquecíveis que expõe ao expectador: Scarlett e o pai à sombra de uma árvore, contemplando Tara; o incêndio espetacular de Atlanta (no qual foram queimados, para efeitos grandiloqüentes, os cenários antes usados em “King Kong”); o juramento de fome em meio à árida plantação (“Jamais sentirei fome novamente!”); o beijo entre Scarlett e Rhett Butler, e muitas outras.
O filme dos filmes.

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