domingo, 26 de julho de 2015

Mad Max - Estrada da Fúria

É muito bom quando um filme ultrapassa suas expectativas.
E a verdade é que, desde os primeiros trailers, parecia que algo muito especial estava a caminho.
Ainda que pouco reconhecido -e até mesmo, pouco conhecido! -o diretor George Miller, sempre foi um grande artesão. Não apenas no que diz respeito à saga de "Mad Max", aqui em seu quarto filme, mas em toda sua filmografia.
Desde a bem acabadíssima mistura de comédia e suspense "As Bruxas de Eastwick", passando pelo belo drama "Óleo de Lorenzo", a magistral fantasia infantil de "Babe-O Porquinho Atrapalhado" (que ele produziu, mas cuja continuação, tão boa quanto, ele de fato dirigiu) até o único Oscar que recebeu: no caso, de Melhor Longa Metragem de Animação, pelo magnífico "Happy Feet-O Pinguim".
Todos exemplos de uma técnica admirável de cinema, mas como se pode constatar, muito pouco conhecidos. E então, temos este "Mad Max-Estrada da Fúria", lançado quase trinta anos depois do último exemplar, "Além da Cúpula do Trovão".
Este é aquele tipo de filme que se destaca em meio à tanta bobagem que sai hoje em dia, pelo simples fato de ser extremamente bem filmado, bem montado, bem fotografado, bem escrito e bem executado.
Em suma, ser exatamente como todo e qualquer filme devia ser, mas infelizmente, o nível da média do que é despejado no circuito comercial é tão baixa que o público acaba se acostumando com porcaria.
Pouco se tem falado da substituição de Mel Gibson por Tom Hardy, o novo intérprete de Mad Max. Hardy faz um trabalho ótimo, ainda que seja verdade aquele falatório de que, por vezes, o destaque fica com Charlize Theron.
Se Hardy é ótimo, ela, então, é excelente!
De resto, Mad Max-Estrada da Fúria é toda uma única sequência de ação (a grande perseguição de carro pelo deserto) potencializada em um filme de duas horas de duração. O que impressiona é que a câmera não é tremida, como era de se esperar numa filmagem comum, nessas circunstâncias e com essa proposta.
Cada take é uma obra de arte em termos de enquadramento. Poucos filmes recentes ganharam assim o privilégio de serem chamados de "aula de cinema" como este daqui.

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