A jovem de 17 anos, Ree Dolly tem alguns
problemas urgentes a resolver.
Para criar sozinha a mãe catatônica e os
dois irmãos menores, ela precisa manter a casa onde moram.
Mas seu pai, Jessup, recém-saído da
prisão deixou a própria casa como garantia da condicional, sendo assim, se ele
não reaparecer (está sumido a semanas) o governo tomará a casa, deixando Ree e
sua família sem teto.
A garota toma para si, portanto, a missão de
encontrar seu paradeiro, ante todas as barreiras que achará na rústica e
fechada comunidade rural em que vive.
Mais que uma história sobre códigos de silêncio
no coração da América, a diretora Debra Granik cria uma atmosfera de desalento
que acompanha sua protagonista, no que é amplamente amparada por uma
interpretação inigualável da sensacional Jennifer Lawrence. Ao longo de todo o
filme tem-se a sensação de que estão sendo debatidos fatos que nos parecem desconhecidos
(pertencentes a outro filme até), e essa sesação reforça o desconforto que nos
acompanhará o filme todo, ressaltado por todo o restante das ferramentas à que
a diretora tem a sua disposição: a caracterização esmerada, vagamente contida,
do elenco, o distanciamento formal impelido pela encenação (não raro observamos
planos que filmam Jennifer se afastar da câmera até perder-se na paisagem), e a
natureza outonal de cores desbotadas que serve de moldura à trama.
Uma obra mítica, sufocante
e resignada em sua própria identidade.
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