A nostalgia cai bem para uma tarde chuvosa como
hoje, então vamos lá:
Este é daqueles filmes que me dá a estranha
sensação de que fui o único no mundo que o assisti. No caso deste longa de
animação, isso aconteceu a muitos anos atrás quando foi exibido na TV.
Lembro de ficar muito marcado com as imagens e
a história.
Acompanhamos a busca de uma pequenina
unicórnio, cuja magia a protege dos olhos humanos (que acabam enxergam sempre
um animal ordinário quando olham para ela, ao invés da criatura mágica que ele
é). Entretanto, a magia natural de unicórnio não é capaz de protegê-la de tudo:
singrando pelos campos verdejantes e sem fim do mundo, ela se dá conta de que
todos os outros de sua espécie desapareceram e que ela parece ser a última que
restou.
Logo, contudo, ela descobrirá a razão do
sumiço: Um horripilante touro feito de fogo surgiu no meio da noite e levou
todos eles. E aparecerá para levá-la também.
Em cima da hora, porém, um atrapalhado amigo
mágico consegue transformá-la numa outra criatura, desviando assim a atenção do
monstro: Ela vira uma mulher!
Assim, assumindo a identidade de Lady Amalthea,
ela vaga, junto de outros amigos, à procura dos unicórnios que desapareceram, e
sua busca a leva a um decadente e soturno castelo onde o rei Haggar e seu filho
moram. Lá, ela descobrirá o terrível segredo a respeito do desaparecimento de
todos os unicórnios.
Quando eu era criança, e vi esse desenho (e
achei sensacional) eu julguei que era uma animação japonesa. Só muito tempo
depois, mais recentemente, quando encontrei-o na internet, fui perceber que
estava enganado: na realidade é uma animação inglesa.
Mas curiosamente, meu equívoco não era tão
infundado assim. Tal qual as animações vindas do Japão (que em sua imensa
maioria eu considero primordiais) "O Último Unicórnio" é carregado de
um lirismo, uma dramaticidade e um fatalismo que passam longe das idealizadas
animações norte-americanas.
Como na obra de Hayao
Myazaki, nesta trama, até bastante sombria para os padrões de desenhos infantis
de hoje, todas as conquista e objetivos que almejamos nos cobram um preço, às
vezes tão espiritualmente árduo, que nos faz refletir o quanto realmente vale a
pena o esforço para atingi-lo.
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