EUA. Segunda metade do século XIX. Durante o
período vigente da escravatura, Solomon Northup, um negro nascido livre, pai de
família e músico de profissão, é sequestrado e vendido para um senhor de terras
como escravo. Inicia-se aí uma jornada que se estenderá por doze longos anos,
onde ele passará por diferentes senhores, viverá e testemunhará toda sorte de
abusos vividos pelos escravos por parte dos brancos, até conseguir encontrar um
meio de escapar, e finalmente voltar para o convívio com sua família. Vencedor
do Oscar 2013 de Melhor Filme é um notável exemplo da insuspeita competência
artística do diretor Steve McQueen (realizador dos notáveis “Hunger” e
“Shame”), cujos plamos de câmera distinguem de início este de qualquer outro
filme já feito sobre este tema até então, além de uma aula de dever cívico no
retrato pertinente (e raro no cinema norte-americano) que ele pinça sobre as atrocidades
do dia a dia de um escravo.
Na época de seu lançamento foram muitas as
análises que observaram (com bastante propriedade) o quão pouco eram feitos
filmes que abordassem o período da escravidão em solo americano, e
contrapartida à filmes, por exemplo, sobre os direitos civis, estes muito mais
numerosos.
A qualidade incontornável de “12 Anos de
Escravidão”, portanto, era um dado que não permitia que este filme fosse
ignorado, levando à questão mais perene que obrigou o público a analisar essa
postura de omissão da sociedade americana.
É o cinema em seu papel
imprescindível e fundamental de moldar opiniões saudáveis em prol da igualdade
e dignidade. E melhor ainda se ele vem abrilhantado com grandes atuações de
Chiwetel Ejiofor e da jovem Lupita Nyong'o.
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